quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Una Cancíon, Capítulo 22 - Despertando a Mia interior

Notas iniciais: Preparem os corações, porque forninhos vão cair!

E se tem Mia no título, é porque o capítulo promete muito romance e mimimi. Prontos para despertar a Mia que existe em você?
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Ponto de vista da Dulce

- Ei Dulcezito, melhora essa carinha e vem cá – chamou Any indo até a porta. Se ela não tivesse ido “regatá-la” Dulce achou que teria ficado parada ali olhando a porta do quarto fechada para sempre – Você não bebeu nenhuma taça de vinho até agora. Precisa se animar chica, não é todo dia que se ganha uma festa surpresa dessas.

- Eu sei, Any – afirmou Dul forçando um sorriso para a loira – Mas com os remédios que estou tomando achei melhor não arriscar bebendo nada alcoólico – explicou ela com um fato que era real, mas talvez não toda a verdade.

Toda a verdade era que ela não estava no clima pra festas. Desde que eles aparecerem em seu quarto com todas aquelas bebidas, comidas, flores e balões, Dul teve que fingir que estava super feliz e agradecida. Depois então com a aparição de Ucker e a discussão deles, ela só queria mandar todo mundo embora, se enfiar embaixo das cobertas e dormir por uma semana. Se tinha uma coisa que Dulce não gostava era quando as pessoas se tornavam muito prestativas e cuidadosas com ela. Mesmo que estivesse de fato um pouco “debilitada” por causa de sua perna, María ainda não via motivo para todo aquele “mimimi”. Apesar de estar tentando disfarçar, a cara de Dulce deve tê-la denunciado. Ou era apenas o instinto infalível de Anahí agindo novamente quando ela disse- A culpa disso tudo foi minha... - Any foi com ela até uma mesa que estava cheia de salgados, longe do resto do pessoal.

- Do que está falando? - perguntou Dulce, e realmente não tinha entendido do que a amiga estava falando ou a que se referia.

- Christopher... - disse Anahí, e a olhou com uma cara de cachorro sem dono, como se aquilo explicasse tudo. Dul apenas fez um gesto de dúvida, sinalizando que ainda não tinha entendido. Depois de um suspiro a loira continuou – Foi minha a ideia de não chamá-lo, porque eu sabia que o Diego estava por aqui. Mas também não me assegurei de que ele não soubesse da festa nem previ que ele teria a brilhante ideia de aparecer aqui do nada... Seria melhor se eu tivesse dito a ele que você estava de repouso total e não podia receber ninguém ou algo do tipo. Enfim, toda essa gafe foi culpa minha Dul, me desculpa!

- Anizita, acho que você deve ter tomado a sua e a minha cota de vinho essa noite – comentou Dulce María, rindo – Claro que não foi sua culpa, sua boba! Ninguém imaginava que o Chris viria pra cá. Até o assessor dele parecia surpreso. E pelo que eu sei, você ainda não tem o dom da premonição, tem? - elas riram e por isso nem perceberam que alguém se aproximava delas.

- Qual foi a piada? Quero rir também – disse Diego com sorriso caloroso e seu carisma sempre presentes. Dul e Any, ainda aos risos, desviaram o olhas e tentaram difarçar.

- Nada não – respondeu Dulce – É só que uma certa loira que não vou dizer quem é, bebeu um pouco além da conta hoje...

- Eeeei – reclamou Anahí – Não vou ficar aqui ouvindo essas calúnias a meu respeito, adiós! - e com o nariz empinado e batendo os pés, a loira saiu de perto deles.

- Não ligue pra ela, Diego. Any sabe que só estou enchendo o saco, apesar de ter falado apenas a verdade – explicou Dulce ainda rindo quando viu a cara que o garoto fazia.

- Bom se você diz... Mas é até bom que ela tenha saído mesmo porque... - ele fez uma pausa enquanto se aproximou lentamente de Dul – Queria falar com você em particular...

- Pode falar... - respondeu a ruiva enrugando a testa. Ela tinha que inclinar um pouco a cabeça para olhar o rosto dele de tão perto que Diego Boneta tinha chegado.

Só de o garoto ter vindo até o hotel onde o RBD estava hospedado apenas para vê-la já tinha sido uma tremenda prova de que Maite e Any estavam certas. Ele provavelmente estava afim de algo muito além de amizade com Dulce. Ele certamente foi ao show e viu que ela havia se machucado, porque as amigas juraram de pé juntos que não o haviam avisado de nada, e ele tampouco tinha tentado entrar em contato com elas. Por isso o ex-Rebelde descobriu sozinho onde eles estavam hospedados e de alguma forma conseguiu chegar ao quarto de Dul. Se isso não era estar interessado nela, a cantora não sabia o que era. E logo que chegou Diego já se mostrou preocupado com o machucado da garota. O que ele possivelmente não esperava eram encontrar tanta gente sentindo o mesmo naquele momento. Por causa da “festa” promovida por Any, o ator não tinha conseguido se aproximar muito de Dulce María. Pelo menos não até aquele momento...

- Sabe esse nosso reencontro ontem no restaurante, foi muito inesperado mas ao mesmo tempo senti que estava destinado a acontecer – Dulce engoliu em seco e tentou não revirar os olhos para aquele papinho dele – Me fez reviver sentimento que eu nem sabia que tinha... Você é uma garota incrível, Dul. Linda, talentosa, simpática, divertida... sempre me chamou a atenção. Mas nunca tinha olhado pra você dessa maneira até agora...

- Hmmmm... - foi o único som que María conseguiu emitir enquanto dava um sorriso forçado. Droga, ela tinha que dar um jeito de fugir dar “garras” dele o quanto antes.

- Acho que já entendeu a que me refiro – continuou Diego – Sei que está solteira, eu também estou... Então porque não tentamos nos conhecer melhor e ver o que rola... - nesse momento Boneta se aproximou com claras intenções de beijá-la. Dulce arregalou os olhos e fez a primeira coisa que veio a cabeça para evitar aquilo.

- Aaaaai! - gritou a ruiva inclinando o corpo para frente e colocando a mão na perna que calçava a bota ortopédica, como se tivesse sentido uma pontada de dor – Acho que preciso me sentar de novo...
Diego imediatamente a ajudou a andar até a cama e Anahí se juntou a ele para acomodar Dulce com as pernas esticadas no colchão e um travesseiro em suas costas. Depois daquela encenação, Dul fez o possível para manter Any, Maite, ou quem quer que fosse por perto, para não ter que ficar a sós com Diego de novo. Não sabia se ele tinha reparado que estava sendo evitado, mas alguns minutos depois ele disse que precisava ir embora, pois tinha um compromisso. María se sentiu um pouco mal de ter rejeitado o garoto daquela forma, mas também se sentia aliviada de se ver livre dele. Sua cabeça já estava ocupada e confusa o bastante por causa de Christopher, não precisava de mais romance para se preocupar.

E foi só lembrar de Chris que seu alívio deu lugar a uma tristeza imensa. Só conseguia pensar nele entrando no quarto com aquelas flores, e como ela tinha ficado feliz por um momento. Mas em seguida, com a atitude de Ucker, tudo fora por água abaixo. Ele se mostrou hostil e incomodado com a presença de Diego. E quando foi embora ainda trocaram farpas completamente desnecessárias. Se aquela “festinha surpresa” de Any tinha o intuito de deixá-la mais animada, tinha falhado completamente. O pior de tudo era que Dul estava profundamente arrependida do que dissera. Tudo bem que Christopher não tinha sido exatamente um cavalheiro e também a ofendera. Mas ela não precisava ter jogado aquela história do passado na cara dele. Mesmo que ele já não estivesse nem aí pra ela, devia ter doído.

A cabeça de Dulce María parecia que ia explodir, por isso ela decidiu parar de pensar tanto e começar a agir. E faria aquilo imediatamente. Disse a todos que ainda estavam em seu quarto que se sentia cansada e precisava repousar. Aquela era a vantagem se se estar realmente “doente”. Ninguém contestou e logo todo tinham ido embora, até mesmo Any, depois de perguntar se ela não precisava de nada. Esperou alguns minutos e enquanto se levantou, deu apenas e uma breve checada no espelho para ver como estava e depois deixou o quarto. Foi andando o mais rápido que seu tornozelo torcido permitia pelos corredores do hotel, em direção ao quarto de Ucker. Ainda não sabia direito o que diria, nem como diria, mas, assim como havia decidido, não ia mais ficar pensando tanto no que fazer. Ia seguir seu coração e tomar uma atitude de uma vez por todas.

Quanto bateu na porta do quarto seu coração estava na garganta, quase pulando pra fora. Mesmo assim, ela tentou continuar respirando normalmente. Chris abriu e a olhou sem entender absolutamente nada. Ele usava um pijama listrado de shorts e camiseta. O cabelo estava despenteado e o barba por fazer. Sua aparência não era das melhores, mas para Dulce ele nunca estivera mais bonito. Só de olhar para ele o nervosismo todo desapareceu e ela instantaneamente começou a se sentir mais leve. Sorriu, enquanto ele ainda mantinha a expressão incrédula no rosto.

- Desculpa te acordar uma hora dessa... - começou a ruiva.

- Não me acordou. Eu estava deitado vendo tevê só... O que faz aqui?

- Boa pergunta – disse ela dando um riso bobo – Nem eu sei direito porque vim até aqui... Quer dizer, na verdade eu sei, mas não sei como tive coragem de vir. Mas o que importa é, que já estou aqui, não quero pensar muito nas consequências dos meus atos. Parece que tudo dá sempre errado quando eu penso demais, então eu apenas tive vontade de vir e aqui estou eu. Mas sim eu tenho algo a dizer. E não importa se você vai querer me ouvir ou não, vou dizer de qualquer jeito. Por que eu preciso, entende? - ela disse tudo aquilo sem parar para respirar. As palavras foram saltando de sua boca, e no fim pareciam que não faziam muito sentido. Ela estava ficando nervosa de novo.

- Na verdade não – respondeu ele com sinceridade levando uma mão até a nuca e massageando a área com os dedos. A imagem fez María perder ainda mais a concentração – Mas, tudo bem. O que quer me dizer?

- Eu, é... O que eu quero dizer, ahm, ok – gaguejou ela fazendo força para colocar os pensamentos em ordem, pelo menos só por um momento – Eu quero pedir desculpas, Chris. Pelo jeito como falei com você agora há pouco lá no meu quarto. Eu não devia ter me exaltado tanto.

- Olha, você não tem que pedir desculpas por isso. Afinal, eu também me exaltei, e também fui grosso sem motivo. Provavelmente nos dois agimos muito mal. Os dois deviam pedir desculpas, então tecnicamente nenhum dos dois tem que pedir, certo...

- Hmmm isso não faz muito sentido – Dul se sentia eufórica por acertar logo as coisas com ele, mas parecia que aquela ideia de pedir desculpas não ia levá-los a lugar algum – Olha, o que importa é que eu não quero mais que isso aconteça. Não posso mais viver assim. Estou desde o começo da turnê querendo me aproximar de você, mas parece que tudo o que eu faço só o afasta mais de mim. E todo os momentos que estamos juntos só o que fazemos é brigar. Isso é, no mínimo, insensato!

- É, talvez você tenha razão... - murmurou Ucker enquanto parecia estar refletindo sobre o que a ruiva dissera.

- Por isso é que eu quero propor uma trégua! Chega de brigas! Chega de viver que nem gato e cachorro. Chega de viver que nem Roberta e Diego – aquele exemplo tinha acabado de surgir na cabeça de Dulce e ela se espantou com o quanto se adequava a eles. Não é que estavam mesmo dando uma de Roberta e Diego nas últimas semanas?

- Roberta e Diego – repetiu Christopher e depois deu um risinho – Acho que ainda temos que comer muito feijão com arroz para se igualar a esses dois.

- Talvez... Mas estou falando sério, Chris. Eu já não estou aguentando mais. Sei que também não quer viver brigando, e sei que também não gosta dessa distância entre nós. Eu entendi que você não quis mais saber de mim por eu não ter confiado em você quando me contou da traição do Luis Rodrigo. Mas eu queria que tentasse entender que também não foi legal para mim ver você com a Linda. Ambos passamos por coisas ruins. Superá-las só depende de nós, mas acho que devíamos fazer isso juntos...

- Você está certa – disse ele pegando Dulce um pouco de surpresa. Mais surpresa ainda ela ficou quando viu o sorriso brincalhão em seu rosto - Mas então, se não vamos ser mais Roberta e Diego, quais personagens podíamos ser para fazer isso dar certo?

- Que tal Mia e Miguel? - sugeriu María entrando na brincadeira – Acho que um pouquinho daquele “mimimi” não faria nada mal a nós...

- Ótima ideia... - falou Ucker enquanto sua expressão divertida dava lugar a um sorriso malicioso – Mas se é para ser Miguel, então vamos fazer isso direito...

Ponto de vista de Ucker

Antes que Dulce pudesse mudar de ideia ou fugir, ele a pegou no colo e a trouxe para dentro do quarto. Ucker ainda não acreditava que tal cena era real, e nem que Maria realmente estava ali, disposta a dar uma chance para os dois. Mas no momento, o melhor coisa a se fazer era se entregar àquele instante e deixar todas as outras questões para mais tarde. Afinal, não era todo dia que a oportunidade batia à sua porta, literalmente.

- Ai Miguel, me põe no chão! Me coloca no chão agora, seu caipira grosso e estúpido! – ela brincou, batendo as mãos em seu peito e dando gritos estridentes, bem com o jeito da Mia.

- Não, não! Você precisa de cuidados especiais, Mia. Por mais que não queira, eu vou cuidar direitinho de você – Respondeu, colocando-a delicadamente sobre a cama, com as costas apoiadas na cabeceira e as pernas esticadas.

- Ahh, mas o que você vai fazer? Olha lá, hein seu caipira! Cuidado com os meus pés de princesa – Maria disse com um sorriso brincando em seus lábios, o que só servia para deixá-lo ainda mais encantando.

- Calma, Mia! Eu só vou fazer uma massagem, para aliviar a dor! Confia em mim, tá bem? – Ela assentiu com a cabeça, o que deu mais coragem ao rapaz – Chega um pouquinho mais para frente para eu sentar atrás de você.

- O quê? – A ruiva fez cara de quem não estava entendendo nada.

- É, Mia. Vou massagear suas costas, por isso preciso me sentar atrás de você – Explicou.

- Mas... – ela ainda parecia confusa.

- Você pensou que eu ia mexer no seu pé? Não, de longe se percebe que está muito inchado. O melhor a se fazer é deixar esse tornozelo quietinho aí. Vou focar o tratamento em aliviar o estresse que o trauma causou, entende? – Ele fez uma típica encenação de doutor receitando um tratamento para um paciente debilitado para tornar a situação ainda mais divertida.

- Ucker, ou melhor, Miguel, você não existe, sabia? – Ela riu do exagero do companheiro.

- É, eu sei, eu sei... sou um caipira único – Gabou-se enquanto a ajudava a se posicionar mais para frente na cama. Depois, se encaixou no espaço entre ela e a cabeceira e puxou seus cabelos para o lado, a fim de começar a massagem – Agora feche os olhos e relaxe. Preciso que inspire profundamente e solte o ar devagar.

- Isso é uma massagem ou uma aula de ioga? – Ela perguntou de forma irônica.

- Não conteste os meus métodos, Mia. Apenas faça o que peço – Respondeu em tom sério, fingindo não querer ser contrariado.

- Ai Miguel, também não precisa ser grosso!

- E você não precisa ser tão dona da razão.

Um momento de silêncio tomou conta do quarto. Por um rápido instante, Ucker temeu que a trégua tivesse acabado. Mas na sequência Dulce soltou uma gargalhada tão alta que foi contagiante. Quando os dois se deram conta, ambos estavam rindo sem parar, tanto que chegavam a perder o fôlego.

- Mia, comporta-se! Você está atrapalhando a minha massagem – Christopher disse quando conseguiu normalizar a respiração.

- Está bem, está bem... Pode começar, eu juro que vou ficar aqui, quietinha! – Ela prendeu os cabelos em um coque meio solto no topo da cabela e depois pousou os braços ao lado do corpo, ficando imóvel, como prometido.

Christopher começou apertando as mãos no ombro da ruiva de forma delicada. Ele movia os dedos seguindo algumas dicas que aprendera com um massagista que o atendera certa vez durante uma turnê. Ele respirava fundo, controlando os movimentos para não ultrapassar nenhum limite antes da hora.

- Estou vendo que você está com um top por baixo. Se importa de tirar a blusa para eu poder continuar? – Ele perguntou temendo estar indo longe demais. Mas, para sua surpresa, Maria tirou a peça, ficando apenas com um top preto.

Ucker foi descendo por suas costas, apertando e massageando. Aos poucos, ele sentiu Dulce relaxar, o pescoço pendendo um pouco para o lado denunciando que estava gostando da sensação. Ele então voltou a subir pelo corpo da ruiva, focando no ponto abaixo da sua nuca. Usando os dedões, ele fazia movimentos circulares de forma suave. Era difícil resistir à tentação de abraçá-la e enchê-la de beijos, mas ele resistiu da melhor forma que pode. Não era o momento para precipitações ou passos em falso, ele repetia para si mesmo na tentativa de manter o foco.

- Para um caipira, você até que leva jeito para isso – Ela disse com a voz relaxada.

- Fica fácil quando a pessoa tem uma pele tão macia – As palavras escaparam da sua boca antes que pudesse medi-las. Ele piscou, nervoso, temendo ter falado demais, mas Maria continuou relaxada na sua frente, o que sem dúvidas era um bom sinal.

- E um simples contato de pele pode fazer milagres desse jeito? – A ruiva questionou um pouco sem graça.

- Pode fazer muito mais do que isso, Dulce. Você nem imagina o poder que tem sobre mim.... – Ucker confessou, a voz entrecortada pela emoção. Que toda a cautela fosse para o inferno! Ele queria ter Dulce só para ele e faria o que fosse possível para conseguir.

- Que tipo de poder? – Ela questionou virando o pescoço para tentar vê-lo melhor.

- Eu... eu não sei explicar... – Ele passou as mãos no cabelo, nervoso – Mas é mais ou menos assim...


“Que por un beso puedo
Conquistar el cielo
Y dejar mi vida atrás
Quiero pertenecerte
Ser algo en tu vida
Que me puedas amar"

Christopher cantou um trecho da música no ouvido de Dulce, unindo uma de suas mãos a dela sobre a cama. Aquela canção sempre fazia com que ele se recordasse de Dulce, justamente por ter sido tema do casal Roberta e Diego.

“Con un abrazo fuerte
Hacerte una poesía
Renunciar a lo demás
Y en cada frase oculta
De lo que tú digas
En un beso hablará
Ya no me queda duda
Solo ven y escucha
Decidamos comenzar”

Ela fechou os olhos e encostou o corpo contra o dele, deixando-se envolver pelos versos da canção. Quando Christopher parou de cantar, ela demorou para falar algo, como se estivesse tentando entender os verdadeiros significados daqueles versos – Essa não é a música do Miguel e da Mia – Ela disse, por fim.

- Tanto faz, Dulce. Pode ser a nossa agora, é só você querer – Ele sussurrou em seu ouvido, acariciando a pele do seu pescoço. Tomando coragem, Christopher foi inclinando o corpo em direção à ruiva, até que suas bocas finalmente se encontrassem. Ele temeu que ela fugisse ou o renegasse, mas isso não aconteceu. Foi um beijo lento, quente, cheio de paixão e saudade.

Empolgado pelo beijo, Ucker levantou-se da cama para posicionar-se em frente a Maria. A partir daí, o encontro pegou fogo. Ela se jogou nos braços de Christopher, como se não conseguisse mais conter o desejo que tinha de estar junto dele. Chris, por sua vez, a segurava como se ela fosse o tesouro mais precioso do mundo, ao mesmo tempo que investia contra a ruiva com beijos e pequenas mordidas de forma ardente e sedutora.

Com muito cuidado para não encostar no pé machucado, ele a deitou na cama e tirou o seu top. Lentamente, distribuiu beijos desde a base do seu pescoço, passando pelo seu colo e descendo pela barriga. Os movimentos eram calmos e precisos, nunca demorando tempo demais em um lugar, mas sempre usando o tempo correto para causar a sensação certa.

Dulce se remexia na cama, os olhos fechados, sussurrando baixinho o nome de Christopher. Para atiçar ainda mais a ruiva, ele desceu por sua cintura e abriu o zíper da saia antes de deslizá-las por suas pernas e arremessá-la no chão.

Ele parou por um instante, admirando o corpo da bela mulher que Dulce se tornara. – Que vontade eu estou de você – Ucker comentou antes de beijá-la nos lábios intensamente.

- Tinha dias que eu achava que essa saudade não iria caber dentro de mim – A ruiva confessou, acariciando o rosto do rapaz.

- Mas agora... – ele beijou sua testa – eu vou... – desceu para o seu pescoço, onde demorou um tempo mais – matar toda essa saudade – Christopher finalizou a frase, descendo novamente pelos seios da ruiva, causando arrepios por onde passava.

- Ucker... – Ela protestou, tentando tirar as roupas do companheiro.

- Shiiuuu... Não quero que você faça esforços – Ele apontou para o pé da ruiva, com um sorriso travesso no rosto – Hoje todo o trabalho vai ficar por minha conta.

Com movimentos rápidos, o cantor livrou-se de suas roupas ficando apenas com uma boxer preta. Ele então deitou-se ao lado da ruiva, acariciando e beijando seu corpo até que ela atingisse o clímax.

- Mi Chris... – A ruiva pediu baixinho, o corpo se contorcendo de desejo.

Com muita delicadeza e calma, ele terminou de despi-la, aproveitando para tirar a única peça de suas roupas que faltava. Depois, ele se posicionou sobre ela e os dois fizeram amor lentamente, como se desejassem que a magia daquele momento durasse para sempre e fosse capaz de contagiar todas as pessoas do mundo. O sentimento de ter a amada em seus braços, completamente entregue a ele, era única. Ele sentia seu coração batendo forte, o sangue fluindo em suas veias, a troca de amor que acontecia ao tocar a pele dela. Era incrível como ao lado da Dulce ele se sentia muito mais do que completo. Ele sentia que era invencível, dono do tesouro mais precioso de toda a terra.

- Dulce Maria, por favor, nunca mais me deixe ficar longe de você – Christopher pediu, desabando ao seu lado na cama, a respiração ainda entrecortada, as mãos abraçando-a forte como se tivesse medo que ela fugisse.

- Nem se você quisesse, Chirstopher von Uckermann. Agora nada mais vai separar a gente. Dessa vez é para sempre – Maria sorriu de uma forma carinhosa enquanto se aconchegava em seus braços, o amor transbordando pelos seus olhos.

- Pra sempre minha e pra sempre seu – Naquele momento tudo fez sentido. Aquele era o destino que o universo havia desenhado para eles. E agora que finalmente tinha compreendido isso, Ucker não deixaria que nada mais o separassem.
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Notas finais: PA-RA TU-DO! Que capítulo mais romântico foi esse? Eu aposto que você suspirou ao terminar de ler! Vaaai, pode assumir, eu deixo! Afinal, quem não queria viver uma cena dessas?

E agora? Será que esse casal vai ficar junto de vez? Ou Dul vai ceder aos encantos do Boneta?
Será o fim das brigas? Será que mais uma reviravolta vai acontecer? Será que chove em São Paulo? Quantas perguntas, ó Deus! rs!

Olha, só posso dizer uma coisa: eu e Saritah andamos inspiradas. Então, esperem coisa boa por aí!

E você, meu caro leitor anônimo, fale seu nome para a gente! Pode se soltar, aqui você está em casa, ok?

É isso! Beijos, cuidem-se e digam o que acharam desse cap mega especial!

Fiquem bem,

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Una Canción, Capítulo 21 - Acidentes acontecem...

Ponto de vista de Dulce

Ser carregada no colo por Christopher era uma das coisas que Dulce mais queria na vida. Mas em qualquer outro momento, qualquer outra situação que não fosse aquela. Além da dor insuportável que sentia em seu tornozelo, sabia que estava passando pelo maior vexame de sua vida. Ela insistira para que Chris e deixasse ir sozinha até o camarim, que ele voltasse para o show para a banda não ficar tão desfalcada, mas o cabeça dura não lhe dera ouvidos. A carregou no colo por todo o caminho que ligava o palco ao backstage. E agora que estavam quase chegando lá ela já admitia para si mesma que não teria conseguido sozinha. Ele a colocou sentada em um sofá, e o simples toque de seu pé no estofado a fez gritar. Depois de perguntar se ela estava bem, com uma cara de preocupação e desespero, Ucker saiu do camarim para procurar ajuda.

Depois de encontrar uma posição confortável o suficiente para não sentir tanta dor, Dul finalmente criou coragem e checou o estado de sua perna. O estrago tinha sido mais feio do que imaginava, o local estava inchado e um pouco roxo. María não entendia como havia conseguido fazer aquilo. Como, com um simples passo de dança, tinha se machucado daquele jeito? De certa forma a culpa não tinha sido só dela, na verdade fora Ucker que não a pegara no momento certo, por isso ela tinha caído. O que será que tinha acontecido com ele? No que estava pensando? Eles dominavam muito bem a coreografia, já a haviam feito diversas vezes naquela turnê. E pelo empenho dele ao carregá-la até ali e depois correr para chamar ajuda, tinha ficado claro que Christopher sabia muito bem daquilo. Estava mais do que evidente que se sentia imensamente culpado pelo acidente.

Ia começar a se sentir mal por aquela constatação, quando viu que Chris estava volta ao camarim, acompanhado por um verdadeiro batalhão de pessoas. Dulce María arregalou os olhos assustada e enrugou a testa ao olhar pra ele. Onde diabos tinha encontrado toda aquela gente? E porque ele achava que aquilo iria ajudá-la? Só o que Dul precisava era de um médico, uma enfermeira, ou algo do tipo. E só o que via na sua frente eram pessoas da produção, seus assessores e até alguns funcionários da casa de show. Todos falando ao mesmo tempo, sem que se conseguisse entender nada. Ela estava quase gritando para mandar todos calarem a boca quando Ucker abaixou perto dela, tentando tranquilizá-la.

- Não se preocupe, já avisei todo mundo...

- Eu percebi – respondeu Dulce, olhando de relance para a muvuca que estava acontecendo no camarim – Mas acho que não é exatamente disso que estou precisando agora...

- Eu sei, eu sei, calma. Fica tranquila, está tudo sob controle, só não se mexa muito – voltou a falar Chris de forma apressada e atrapalhada, como se estivesse com dificuldade de ordenar as palavras que saiam de sua boca – Já falei com Luisillo, e ele foi buscar o médico na enfermaria. Não se preocupe, eles estarão aqui a qualquer momento.

- Está bem, obrigada - agradeceu ela – Argh! - e depois resmungou de dor, seu tornozelo além de inchado agora começava a latejar – Acho que agora só me resta esperar...

- Tem alguma coisa que eu possa fazer por você enquanto isso? - perguntou Ucker com um tom de preocupação que fez o coração de Dulce doer.

- Tem sim – respondeu ela depois de segurar as emoções e as colocar numa caixinha bem escondida dentro de si. Não era hora de melodrama – Tirar toda essa gente daqui e voltar para o show.

- Sem chance! Não vou voltar para o show enquanto você não for atendida! - enquanto ele dizia aquilo e María o olhava com indignação, o pessoal que havia entrado no camarim percebeu a indireta e começou a sair. Ficaram apenas Iliana e mais duas pessoas da produção da banda.

- Christopher – disse Dulce num tom sério – Não tem necessidade nenhuma disso. Sério, olha, vou ficar bem. Iliana ficará comigo e o médico logo estará aqui.

- É, mas e se ele demorar pra chegar? Quero estar aqui pra ir correndo atrás do Luis e arrastar ele e o tal médico até aqui se for preciso.

- Não exagera, ok?! Esse lugar é grande, sabe-se lá onde é a enfermaria... Não tem porque deixar o grupo mais desfalcado do que já está. Fui eu que me machuquei, não você.

- É, mas a culpa foi minha! - respondeu ele de forma ríspida. Parecia nervoso, mas não estava nervoso com ela, era consigo mesmo. Como se não entendesse como tinha conseguido fazer aquilo. Como se estivesse prestes a começar a bater com a cabeça na parede para se punir.

Dulce ia dizer alguma coisa amena para tentar reconfortá-lo como: “Você não fez de propósito” ou “Essas coisas acontecem”. Mas naquele exato momento Luis Luisillo chegou com o médico. Ele era um senhor alto com cabelos grisalhos aparentando ter no máximo 40 anos. Se apresentou, cumprimentou a todos com um aceno breve, e logo puxou uma cadeira para se sentar ao lado do sofá e examinar a perna de Dul. Quando ele a tocou sua vontade era de gritar, mas se conteve mordendo o lábio inferior. Depois de olhar a região machucada, o doutor David fez algumas perguntas. Queria saber como havia sido o tombo e também se ela era alérgica a alguma medicação. Em seguida ele lhe deu uma bolsa de gelo para colocar sobre a panturrilha e alguns analgésicos para a dor. Ele disse que ela precisaria colocar uma bota ortopédica para ficar com o pé imobilizado por, pelo menos, uma semana. Aquilo acabou com todo a alívio que ela sentiu quando o médico disse que tinha sido apenas uma torção.

Christopher tinha ficado ali, ao lado do médico, o tempo todo. Assistindo a todo o exame e ouvindo todas as recomendações. Em nenhum momento pareceu ter intenção de seguir o conselho de Dulce de voltar para o show. E agora que o doutor se despedia e se retirava do camarim, ele não fez nenhuma menção de se levantar de onde estava. O que havia de errado com aquele garoto? Não tinha mais nada que pudesse fazer por ela ali. No entanto, parecia que a culpa era grande demais para ele lhe dar as costas.

- Já fui atendida – falou a cantora depois de tomar coragem – Agora já pode voltar para o palco.

- Já estávamos nas últimas músicas, a uma hora dessa o show já deve ter acabado – respondeu ele, de novo ríspido. Parecendo não querer discutir o assunto. Mas Dulce queria.

- Mas é claro que não, ainda ouço a banda tocar. E se o show tivesse acabado eles já teriam vindo pra cá...

- Não vou a lugar nenhum, está bem? - Se eu fosse mais cuidadoso não estaria desse jeito... Fiz você se machucar agora tenho que ficar aqui e cuidar de você!

- Não tem que fazer nada disso, Christopher – rebateu Dul começando a ficar zangada – Já disse que estou bem. O melhor que tem a fazer é ir até lá, dizer para o público que não posso voltar para terminar o show, mas que ficarei bem, e terminar o show com eles...

O argumento de Dulce fez brilhar um lampejo de dúvida no olhar de Chris, e talvez ele estivesse começando perceber que ela tinha razão. Mas viu que estava engana quando Pedro Damian chegou no camarim para ver como Dulce estava e depois quase teve que puxar Ucker pelos cabelos para que ele voltasse para o palco. Foi um alívio, não só ver Pedro ali, seu segundo pai, como também se livrar de Christopher. A preocupação dele, em vez de confortá-la, a estava incomodando.

Já não bastava ela se sentir a pessoa mais azarada do mundo por ter machucado o pé em plena tour, agora tinha mais aquele “problema”. Ela enfim estava recebendo mais atenção de Christopher. Ele enfim estava voltando a reparar nela. Enfim teria ele por perto de novo. Mas não era aquele tipo de atenção que ela queria. Não era daquele jeito que esperava se reaproximar de Chris. Ele não estava fazendo nada daquilo porque realmente se importava com ela, ou porque estava voltando a ter sentimentos por ela. Estava mais do que evidente que tudo não passava de culpa. Ele sabia que era o responsável pelo acidente, ainda que não fosse só culpa dele, e que não tivesse sido de propósito. Por isso se sentia obrigado a ajudá-la no que precisasse. Dul sabia que seu altruísmo era maior do que a vontade de ficar longe dela. E tudo isso a deixava pior do que o seu tornozelo que ainda estava inchado e ainda doía apesar do remédio que tomara.

Dulce já não se atrevia a fazer aquela clássica pergunta: “Será que ainda dá pra piorar?”. Afinal os últimos meses de sua vida a haviam ensinado que sim, o que está ruim pode sempre piorar, e muito...

Ponto de vista de Ucker

Ucker deixou a camarim muito contrariado. Ele só conseguia pensar no que acabara de acontecer: um deslize de sua parte, Dulce se machucando, a discussão com ela, Pedro se intrometendo, tudo parecendo desabar. Sua mente estava tão confusa que ele já não sabia mais de quem deveria sentir raiva: se dele próprio, por ter causado aquela situação, da Dulce, por ser tão teimosa e infantil e não permitir que ele a ajudasse, ou do empresário da banda, que havia se metido onde não fora chamado.

Mas Christopher se viu obrigado a deixar sua revolta de lado assim que chegou ao backstage e deu de cara com toda a banda reunida, tentando resolver o mais rápido possível quem iria assumir as partes da Dulce nas canções. Lá fora, o público gritava pela ruiva e pelos outros integrantes. A situação estava completamente fora de controle.

Usando de sua experiência, Pedro determinou que Christian e Anahí ficassem responsáveis pelas partes solo de Maria. A loira também iria substituí-la no dueto de Este Corazón e No Pares seria riscada do repertório naquela noite.

Depois de mais alguns acertos rápidos, todos voltaram ao palco. Christian, Poncho e Any explicaram sobre o acidente de Dulce e avisaram que ela estava bem, porém não voltaria ao palco nos próximos sete dias. Eles também explicaram que o show iria continuar da mesma maneira e que os outros cinco integrantes iriam se esforçar muito para fazer uma boa apresentação. Aos poucos o público foi se acalmado, e o show foi retomado sem grandes problemas.

Depois de alguns minutos, ninguém parecia mais se lembrar do acidente. A apresentação seguiu sem grandes problemas e o pessoal pareceu aprovar a nova interpretação de Este Corazón com a Anahí cantando com Christopher e Poncho. Aliás, as fãs que eram Barken aplaudiram muito a novidade.

Porém, Ucker se sentia incomodado. Uma pergunta ficava martelando em sua cabeça sem parar: o machucado de Dulce realmente fora um acidente ou ele acabara se deixando levar pela raiva ou pela mágoa e, de alguma forma, quis descontar isso nela? Ele sabia que a relação dos dois andava bem confusa e longe de se manter amigável e respeitosa. Inclusive, as últimas vezes que conversaram os dois resumiram-se a trocar provocações e a tratar o outro com indiferença e ironia. Seria Ucker capaz de realmente colocar tais sentimentos em prática e machucar a ex de propósito?

Só pensar na possibilidade já lhe dava nojo. Christopher não queria pensar naquilo. Afinal, por mais que negasse, fingisse e tentasse esconder, ele a amava e tinha certeza disso.

Aquela, sem dúvidas, fora a pior apresentação da sua vida. Quando deixou o palco, todos os colegas vieram confortá-lo dizendo que a culpa não era dele e que tudo acabaria bem. Mas o difícil mesmo foi encarar os fãs. Christopher deixou o local do show acreditando que todo o público o estaria odiando por não ter segurado Dulce direito durante a coreografia. Porém, aconteceu justamente o contrário: o pessoal que se reuniu na saída do show e na entrada do hotel disse palavras de conforto e tentaram reanimá-lo de todo jeito. Ucker precisou conter as lágrimas para não demonstrar sua emoção diante das pessoas. Ele desconfiava que a sua expressão de abatido e culpado era a razão de tanta solidariedade da parte dos fãs. Mas fosse o que fosse, se sentiu acolhido e reconfortado de alguma forma. Era bom chegar ao hotel e ver pessoas que se deram ao trabalho de ir até ali só para lhe oferecer um gesto de carinho.

Assim que terminou de atender o público e ficou sozinho no hotel, Ucker subiu para o seu quarto e se trancou lá dentro. Ao se jogar na cama, tudo o que ele queria era entender o que estava acontecendo. Desde que reencontrara Dulce, nada mais fazia sentido. Parecia que ele havia perdido as rédeas de sua vida...

E se aquele fosse um sinal de que era hora de parar de negar seus sentimentos e assumir de vez o que sentia pela ruiva?

“Não Christopher, não!”, ele repetiu para si mesmo. Não era o momento de se precipitar. Até ali, ele seguira seus instintos sem pensar nas consequências e tudo dera errado. O certo agora era dar um passo de cada vez, para que nenhum dos dois se machucasse. Talvez não houvesse mais chance deles ficarem juntos, mas pelo menos uma amizade civilizada poderia acontecer. Porém, para tanto, ele precisava se mexer. Não poderia deixar a Dulce ficar pensando que ele causara o acidente, tampouco achar que não se importava com o seu bem-estar.

Com uma ideia na cabeça, ele pulou da cama e discou para o quarto de Santos.

- Bueno! – O assessor atendeu com a voz cansada do outro lado. Ucker não o culpava. Afinal, já era tarde da noite e a agenda de compromissos andava corrida.

- Santos, preciso de um favor. É uma coisa meio maluca, mas é importante – O cantor disse com urgência.

- Certo, pode contar comigo. O que é?

- Preciso de um buquê de rosas vermelhas, o mais bonito que você conseguir, com o máximo de agilidade possível.

- Huum... e posso saber para quem são as flores? – Santos perguntou com a voz desconfiada.

- Quero me desculpar com a Dulce pelo acidente de hoje – Ucker justificou-se.

- Olha cara, antes de sair, a Linda me deixou um aviso – o rapaz começou a dizer – Essas foram as palavras dela: “Santos, aconteça o que acontecer, não deixe o Christopher perder a linha e ir correndo atrás da Dulce. Faça-o lembrar que ele precisa de dignidade”.

- Mas eu não acredito nisso... – Ucker balançava a cabeça de um lado para o outro, incrédulo. Ahhh, Linda! Aquela garota não tinha jeito!

- Desculpa cara, mas depois que te vi brigando até com o Pedro hoje para ficar ao lado dela na enfermaria, talvez eu deva avisá-lo que...

- Santos, por favor, eu só quero me desculpar. Fui o responsável pelo acidente e, o mínimo que posso fazer, é pedir desculpas e ser gentil com a Dulce. Será que você pode ajudar nisso ou terei que pedir para outra pessoa? – Ucker cortou a conversa, irritado. A última coisa que precisava era de alguém dando conselhos sobre o que ele deveria ou não fazer.

- Hããã... ok. No máximo em uma hora as flores estarão no seu quarto – O assessor informou antes de encerrar a ligação com a voz séria.

***

Uma hora depois, as flores já haviam sido entregues e Ucker estava de banho tomado, vestido e perfumado. Estava tudo pronto. Só faltava a coragem para ir até a porta do quarto de Dulce e bater.

- Oras Ucker, deixe de ser bobo. É só uma visita para explicar o que aconteceu e pronto. Coragem, homem!

Respirando fundo, lá foi ele. Pegou o elevador, subiu um andar, seguiu até o final do corredor e bateu na porta. Sentiu sem coração subindo à boca naqueles instantes de incerteza antes de alguém responder. Ele já havia repassado mentalmente tudo o que iria dizer quando desse de cara com a ruiva, mas as palavras ficaram engasgadas em sua garganta quando a porta foi aberta e o interior do quarto revelado.

- Uckerzinhoooo! Veio para a festinha? – Uma alegre Anahí o recepcionou. Lá dentro, sentados em poltronas e na cama, estavam a Dulce, sua assessora Iliana, Maite e ninguém mais, ninguém menos, que Diego Boneta, o ex-parceiro de gravações do grupo e candidato a affair de Maria.

Christopher ficou sem reação. Deu um sorriso amarelo e tentou esconder o buquê de rosas o melhor que pode. Será que era sobre aquilo que o Santos tentara alertá-lo e não conseguiu?

Como em uma grande ironia do destino, o assessor surgiu no corredor acompanhado por Christian. O cantor lançou um olhar nervoso em direção ao rapaz, que apenas deu de ombro como se quisesse dizer “eu tentei avisar”.

- Obaaa! Os chicos chegaram! Pena que Poncho não vem. Disse que já tinha compromisso – Anahí comentou, enquanto os convidados entravam no quarto – E você, Uckerzito? Vem ou não vem?

- Hãã... Acho melhor não – Ele tentou fugir. De repente sentia-se muito desconfortável. Além de pagar o maior mico segurando aquelas flores, ele não fora convidado para a “festinha”. Era óbvio que não o queriam ali.

- Para de bobeira, hombre! Entre logo e pegue uma bebida – Any agarrou o seu braço puxando-o para o interior do cômodo com força. Na sequência ela bateu a porta como se quisesse dar um aviso: Daqui não passarás! – Aiii, que fofo! Você trouxe flores para a Dul? – A loira fez uma voz infantil, o que deixou a situação muito pior do que já estava.

– Me dá aqui, vou colocá-las em um vaso – A companheira de grupo arrancou as rosas da mão dele. Só agora Ucker percebia que ela estava um pouco alterada, certamente o resultado de algumas taças a mais de vinho – Olha Dulcezita, o fofo do Christopher trouxe flores para você! Ele não é um amor? – Anahí cruzou a sala aos berros fazendo todos pararem de conversar e encarar a cena com cara de quem não estava entendendo nada.

Naquele momento, Ucker teve certeza de duas coisas:

1 – Que ele daria qualquer coisa para desaparecer daquela cena, como naqueles filmes que um buraco aparecia no chão e engolia a pessoa de repente

2 – Anahí sóbria já é um perigo para a humanidade. Bêbada ela era mais mortal que o vírus do Ebola combinado com o da Aids.

Por sorte, Christian percebeu o climão e tentou ajudar o amigo – Êêêê loira! Como dizem no Brasil, você derrubou o forninho hoje, hein?

Antes que pudesse Ucker perceber, Santos surgiu ao seu lado com uma taça de vinho – Apenas sorria e acene! Sorria e acene! – O assessor sugeriu, puxando-o para um canto mais discreto a fim de tirá-lo do centro das atenções.

- Então você sabia? – Christopher perguntou ao mesmo tempo que tentava bisbilhotar a conversa de Dulce com Diego. Quando foi que os dois ficaram tão íntimos? Apesar de estar usando uma bota ortopédica, a ruiva parecia ótima, sorrindo e brincando com os amigos. Ucker teve vontade de se bater por causa do papel de bobo que estava fazendo.

- A Any propôs uma reunião da galera para animar a Dul. Você sabe... uma semana sem shows, bota ortopédica e tudo mais... a ideia era dar uma moral para ela. A loira pediu para te chamar, mas mudou de ideia quando soube que esse cara aí já estava na área – Ele apontou o queixo na direção do Boneta – Mas as flores estão muito bonitas – Os dois automaticamente olharam para o lugar onde Anahí organizava as rosas em um belo vaso de cristal.

Christopher lançou seu melhor olhar de “não me venha com gracinhas” na direção do rapaz antes de dar mais um gole no seu vinho. Rapidamente, traçou uma estratégia: ficar durante meia hora, fingir uma ligação, dizer que havia alguém o esperando e fugir daquela tortura.

Enquanto contava os minutos, ele observava a conversa de Maria com Boneta. Era claro que o rapaz estava interessado na ruiva, já que não perdia uma oportunidade de elogiá-la e de se mostrar prestativo. E óbvio, Dulce parecia estar adorando ser paparicada pelo cara.

Assim que o relógio avisou que 30 minutos já haviam se passado, Christopher largou sua taça de vinho, foi até a varanda simulando uma ligação e voltou anunciando sua saída.

- Mas já? – Maite interferiu.

- Já! Na verdade, combinei de encontrar uma pessoa e ela já deve estar me esperando – ele disfarçou – Boa noite, pessoal! Obrigada pelo vinho e pela conversa! – Despediu-se fazendo aquela média, mesmo tendo odiado a noite. Claro que o fato de Dulce não ter trocado uma palavra com ele colaborava, e muito, com a vontade de sair correndo daquele lugar e, na sequência, se jogar da ponte mais alta da cidade.

- Eu te levo até a porta – Dulce disse, ficando de pé com certa dificuldade. Mancando, ela começou a caminhar em direção à saída. Tudo que Ucker pode fazer, depois de disfarçar a cara de surpreso que estava estampada em seu rosto, foi oferecer o braço como apoio e caminhar ao seu lado.

- Obrigada pelas flores – Ela agradeceu depois de abrir a porta e sair para o corredor, claramente querendo se afastar do barulho da festa.

- Não foi nada. Eu só queria me desculpar e dizer que sentia muito pelo acidente, mas pelo que vejo, você já tem quem faça isso melhor do que eu – O cantor acabou soltando as palavras em um tom mais ácido do que o desejado.

- Pois é... Apesar de tudo, ainda há pessoas que se importam de verdade comigo – A ruiva rebateu, igualmente séria.

- Assim como o seu noivo também se importava? – A raiva fez com que as palavras saíssem antes que pudesse controlar. Só pela expressão de dor, dava para imaginar o quanto Maria havia sentido o golpe – Olha Dulce, sugiro que você fique aí, com as pessoas que realmente se importam com você e me deixe ir embora. Está claro que não há lugar para mim aqui – Ele se virou e começou a caminhar, dando a discussão por encerrada. Trocar farpas não iria levar a lugar algum.

- Isso mesmo, vai embora. O seu lugar nunca foi e nunca será aqui. Você deixou isso bem claro aquele dia em Madrid quando preferiu fugir em vez de ficar comigo – Dulce respondeu com a voz calma, mas carregada de raiva e ressentimento.

Ucker apenas olhou para trás por alguns instantes antes de retomar a caminhada e apertar o botão do elevador. Suas mãos tremiam e ele sentia cada fantasma do passado parado ali naquele corredor entre os dois. Ele tentou responder, mas como argumentar com uma pessoa que está certa?

Antes de entrar no elevador, ele deu uma última olhada em direção à ruiva. Tudo que viu foi ela batendo a porta, voltando para o conforto e os mimos do Boneta. A cena não poderia ter sido mais irônica, porque afinal, era assim que funcionava a sua relação com a ruiva: para ele, a porta estava fechada e ele não tinha a chave para abri-la.

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Notas finais: E ai amigos, tudo bem?
O que acharam desse capítulo? Fortes emoções hã? Christopher todo sem jeito conseguiu machucar o pé da María e agora a relação deles parece ter ficado ainda mais confusa... E o Diego Boneta tá no meio de novo pra atrapalhar... O que será que isso vai dar, hein?!

Confiram em breve no próximo capítulo ;)

Beijos e obrigada por lerem!!
Sarah


*** Leia o próximo capítulo: Despertando a Mia interior


domingo, 2 de novembro de 2014

Una Canción, Capítulo 20 - A vingança é um prato que se come frio

Ponto de vista de Dulce

Ficar sabendo que Christopher tinha ido a uma boate com os outros garotos do grupo fez Dulce ficar ainda mais nervosa do que já estava. Depois de passar o dia inteiro atrás dele sem conseguir nem sequer um sorrido ou um olhar, nenhuma outra notícia podia ser pior que aquela!

Depois da sessão de fotos tinha tentando encontrá-lo pelo hotel sem nenhum sucesso. Parecia que Chris estava fugindo dela, ou então a sorte não estava do seu lado. Nem mesmo durante o show daquela noite pode “desfrutar” completamente de sua companhia e de todo o clima que sempre ocorria entre eles. Apesar de ficarem próximos em alguns momentos e cantarem juntos, ela sentiu uma frieza muito grande da parte dele. Estava agindo de forma mecânica, sem a naturalidade de sempre, sem aquela química que sempre tinham. Até os fãs devem ter percebido que havia algo de errado. Nem mesmo durante a música “Este Corazón”, que era quando eles cantavam e se olhavam da forma mais apaixonada, a magia aconteceu. Após a apresentação, nem no camarim, nem no hotel conseguiu se aproximar de Ucker novamente. Ele havia se isolado em seu quarto e ela não teve coragem o suficiente para ir bater a sua porta.

Quando por fim tinha decidido convocar a ajuda de Any novamente, já era tarde demais. As duas descobriram que Poncho, Christian, Christopher e seu novo assessor Santos, tinham saído. Dessa vez sua detetive particular tinha falhado na missão e agora tinha que aturar os resmungos de insatisfação da ruiva.

Dulce María não conseguia evitar ficar pensando no que estaria acontecendo com aqueles quatro juntos na balada. E era isso que a estava deixando possessa de raiva. Ucker estava solteiro. Livre, leve e solto. Com aquela aparência irresistível demais para seu próprio bem. Numa boate que devia estar no mínimo lotada de mulheres igualmente solteiras e atraentes. Era a combinação perfeita para resultar em um colapso. Para ela, é claro. Por que aquilo devia ser exatamente o que Chris estava buscando. Só de imaginá-lo com uma daquelas vagabundas, Dul tinha vontade de sair pelo saguão do hotel derrubando tudo que encontrasse pela frente.

Além de tudo ele estava só com garotos, o que agravava a situação. Se ao menos Linda ainda estivesse acompanhando-o na tour, ela estaria lá para “cuidar” dele. María jamais imaginou que fosse pensar uma coisa dessas, mas por um momento sentiu falta de assessora na história. Ok, ela estava beijando Christopher algumas semanas a atrás e Dulce ainda não tinha certeza do que tinha havido ou ainda havia entre eles. Mas de modo geral ela parecia ser uma boa amiga para ele. Boa o suficiente para impedi-lo de fazer loucuras. Mas para seu descontentamento o novo assessor de Ucker também era um homem. E nunca podia se esperar coisas boas de homens juntos na noite. Dulce não podia acreditar como tinha falhado astronomicamente naquele seu plano idiota de se reaproximar de Chris. Agora ela estava ali sozinha, trancada no hotel, enquanto ele se divertia, bebia e dançava com os amigos, provavelmente cercado de mulheres lindas e receptivas.

- Argh, acho que vou para o meu quarto me trancar e chorar até amanhã... Adeus. - disse Dulce levantando-se do sofá do saguão do hotel onde ela e Any conversavam.

- Nada disso, senhora Dulce María – exclamou Any levantando-se também e ficando em seu caminho.

– Ficar se lamentando não vai adiantar de nada!

- O que você sugere que eu faça então? - respondeu a ruiva desanimada e ainda sentindo o sangue ferver de raiva pelo que Chris poderia estar fazendo.

- Não sei, mas não podemos ficar aqui trancadas enquanto eles estão na farra! - falou Anahí fechando a cara, como se fosse ela que estivesse apaixonada por uma dos garotos que havia saído – Já sei, porque não saímos nós também?

- Alguém falou em sair? - era Maite que tinha acabado de chegar ao lobby e caído de paraquedas na conversa das duas – Não importa para onde vão ou se não pensavam me convidar, eu estou dentro! - as três riram.

- É claro que pensávamos te convidar, tonta – brincou Any abraçando a morena – Eu tinha acabado de dar essa ideia a Dul e ela tinha adorado, não é mesmo chiquita?

- Ahhh claro, com certeza achei uma excelente ideia – confirmou Dulce, mas pelo seu tom era óbvio que estava sendo sarcástica - Só não sei o que seu marido ia pensar disso.

- Não seja tonta você também, é claro que não vamos sair para nenhuma boate como os garotos. Vamos fazer algo mais tranquilo, ir a um restaurante ou algo do tipo.

- Uhhh claro, assim vamos fazer muita inveja aos chicos com a nossa “noitada” - desdenhou María fazendo as aspas com os dedos enquanto dizia a última palavra.

- Pare com essa negatividade agora mesmo senhorita Espinoza. Não é porque vamos a um lugar mais tranquilo que não iremos nos divertir. Não é Mai?

- Com certeza, Any – concordou Maite fingindo que entendia do que elas estavam falando – Mas então vamos lá pra cima nos arrumar logo, ou então não encontraremos mais nenhum lugar aberto.
Então elas subiram. Dulce e Mai pegaram suas coisas e foram se reunir no quarto de Anahí para se arrumarem. Decidiram que assim seria mais rápido, uma ajudava a outra. Dulce não estava muito animada com aquela saída à princípio. Estava com raiva de Ucker, sendo que ele nada tinha feito a ela. Mas depois começou a entrar no clima das outras garotas e percebeu que era sim uma boa ideia afinal de contas. Não para dar o troco nele, embora fosse um pouco por isso também. Mas para mostrar a ele, e ao mundo, que não iria ficar ali trancada naquele hotel sofrendo enquanto o amor de sua vida se divertia sabe-se lá onde com os amigos. Ela também tinha suas amigas e sabia que elas fariam o que fosse necessário para levantar o seu astral. Dulce estava se maquiando no espelho do banheiro quando Any veio com o assunto proibido da noite.

- Tenho certeza que o Christopher vai ficar mordido de raiva quando souber que também saímos hoje – comentou a loira já pronta. Ela tinha feito um penteado casual com o cabelo meio preso e uma maquiagem simples. Usava um vestido liso e um sapato fino. Mas como tratava-se de Anahí, o básico sempre se tornava deslumbrante.

- Não tenha tanta certeza, Any. Você viu como ele me ignorou hoje nos ensaios e durante todo o dia. Até mesmo durante o show não era o mesmo de antes...

- Espera, do que vocês estão falando? - perguntou Maite dessa vez mostrando que estava totalmente por fora do assunto – Por que está tão preocupada com o comportamento do Chris em relação a você Dul? Por acaso vocês dois...

- Não! - exclamou ela um pouco mais exaltada do que gostaria. Não estava em seus planos contar aquilo a Mai, pelo menos não por enquanto. E ela se apressou a negar antes que Anahí dissesse alguma coisa – Não tem nada a ver Mai. Só achei que ele está diferente com todas nós... Não é Any?

- Ahn? - murmurou a loira que parecia um pouco perdida – Ahh sim, claro! É verdade Dul, você tem toda razão. Ele está meio distante com todos. Por será, né? - felizmente ela havia confirmado a história de Dul, mas como sempre exagerara um pouco no fingimento, o que deixou Maite desconfiada.

- Ok... - mesmo não parecendo convencida a morena deu o assunto por encerrado. Maite nunca fora do tipo que ficava fazendo fofoca, então se as amigas não queriam dizer a verdade deviam ter um bom motivo. Ela não insistiria no assunto – Então já podemos descer? Vocês já estão prontas?

- Listas! - afirmaram Dul e Any o mesmo tempo.

***

O restaurante escolhido por Any não era nem de longe o lugar mais badalado da noite de Monterrey. Mas também não era o lugar mais sem graça da cidade. Considerando o “status” de restaurante, onde se espera um ambiente mais tranquilo, familiar e comportado, até que havia superado expectativas. Além de uma grande salão com mesas confortáveis e luz baixa, havia um bar e um palco onde uma banda tocava música ao vivo. Blues, jazz, baladas românticas e alguns rocks clássicos estavam no repertório apresentado, o que agradou muito a ruiva. Anahí e Maite também pareceram gostar. Como já era tarde elas não pediram comida, apenas uns drinques e uns aperitivos.

E assim passaram a noite. Entre conversas, músicas agradáveis, bebidas e muitas risadas. Dulce chegou a se esquecer da raiva e ressentimento que a havia levado até ali. Por um momento conseguiu se sentir alegre e realmente se divertir com as colegas de grupo. Mas aos poucos todo o ódio em seu coração desapareceu, dando lugar a tristeza e saudade. Ela daria tudo para ter Christopher ali com ela. Só queria ficar com ele. Só isso, mais nada! E não saber o que fazer para conseguir isso a deixava desconsolada. Não queria que as amigas percebessem o que se passava com ela, então tentou disfarçar ao máximo. Mas já não estava aproveitando tanto a noite quanto há alguns minutos.

- Vamos fazer um brinde! - propôs Anahí levantando a taça com o drinque cor vermelho vivo de melancia que tomava.

- Any, nós já bebemos pelo menos umas 5 rodadas. Acho que já é meio tarde para propor um brinde – zombou Dulce.

- Posso propor um brinde a hora que eu achar adequado, ok? - rebateu a loira de nariz empinado – Apenas levante o seu copo e escute com atenção – Dul fez menção de protestar novamente, mas então Maite a interrompeu.

- E a que vamos brindar, Any? - perguntou ela levantando seu copo e ao mesmo tempo dando uma cotovelada no braço de Dulce. Então a ruiva repetiu o gesto da morena a contragosto.
- Bueno, primeiro quero brindar a nós por estarmos aqui aproveitando essa noite maravilhosa entre amigas – Dul teve que sorrir. Apesar de tudo adorava estar com as duas – Também por RBD e pelo retorno da banda que até agora tem sido incrível. E claro por seguir acreditando nos sonhos e em nós mesmos, que é o que sempre tentamos passar aos fãs, mas que as vezes esquecemos de colocar em prática em nossas vidas – E ao dizer isso Anahí olhava diretamente para Dulce e ainda deu uma piscada para ela.

As três bateram os copos levemente um no outro e depois tomaram um gole de suas respectivas bebidas. María esperou que Mai não tivesse percebido a indireta que Any tinha dado a ela. Mas também não tentou disfarçar sua expressão pensativa. Alheia a conversa que se desenrolava na mesa, Dulce se fechou por um momento em seu mundo particular. A cutucada da amiga a tinha instigado, e ela não pode evitar ficar refletindo sobre o assunto. Não é que era a mais pura verdade... No RBD eles viviam dizendo aos fãs que eles não deviam ter medo de ser eles mesmo, que não deviam mudar para agradar ninguém. E principalmente que deviam lutar por aquilo que queriam. Correr atrás de seus sonhos. Any dissera indiretamente que ela não estava fazendo nada daquilo. O que não era verdade, porque ela estava. Já havia admitido para si mesma que amava Christopher e precisava dele. E estava tentando reconquistá-lo. Mas será que estava tentando o suficiente?

- Dulce María, planeta terra chamando! - exclamou Anahí agitando a mão na frente de seu rosto. Ao que parecia Dul estivera ignorando a amiga por alguns segundos sem perceber.

- Oi? O que? - respondeu ela fingindo que nada havia acontecido.

- Ai Dul, presta atenção. Você não vai acreditar quem está aqui!

- Quem? Ucker? - as palavras saíram antes que ela pudesse se conter. Não foi seu momento mais inteligente. Se Maite estava desconfiada do que estava rolando, agora ela havia tirado qualquer dúvida. Mas a morena não esboçou nenhuma reação exagerada, apenas desviou o olhar e disfarçou. Enquanto Any enrugava a testa e a olhava com uma cara de “qual é o seu problema?”.

- Não, claro que não. Diego – respondeu Anahí, dessa vez conseguindo disfarçar bem a gafe da amiga.

- Diego... Que Diego?

- Diego Boneta. Ou Diego Gonzalez se preferir – disse a loira apontando para um grupo de três rapazes que acabava de chegar no restaurante. Eles andavam entre as mesas procurando uma mesa, o que estava um pouco difícil de encontrar, já que o local estava lotado – O que acham de chamá-los para sentar com a gente? Tem lugar sobrando aqui.

Any então acenou para Diego, sem esperar a resposta das amigas. Ele olhou na direção delas, desconfiado à princípio. Mas quando Dulce virou na direção dele e também deu um aceno, bem menos entusiasmado que o de Any, Diego abriu um sorriso e pareceu enfim reconhecê-las. Fazia muito tempo que não o viam, mas acho que ninguém seria capaz de não reconhecer Dulce María. Além do ruivo marcante ela continuava com a mesma carinha da época de Rebelde. Ao contrário de Diego. Não que ele estivesse acabado, ao contrário, estava muito bem. Mas era até difícil de acreditar que um dia fora aquele menino de 15 anos de idade que entrou no elenco de Rebelde em 2006. Cheio de talento e com uma carreira brilhante pela frente. Ele acenou de volta para elas e então se aproximou das garotas seguido dos amigos.

- No puedo creer! - exclamou ele ao chegar perto o bastante. As meninas já estvm de pé para cumprimentá-lo – Quanto tempo, chicas!

Ele abraçou primeiro Anahí, que tomou a frente, já que era a mais empolgada como sempre, e que fora ideia dela chamar os garotos para se juntar a elas. Mas Dulce já estava convencida de que fora uma boa ideia. Quanto mais amigos melhor, certo? Depois de abraçar Any e Maite e dizer algumas palavras carinhosas, foi a vez de Diego cumprimentar Dul. Seu sorriso era radiante quando deu um beijo no rosto dela e a abraçou. E ela tinha que admitir, Diego Boneta tinha se tornado um homem muito bonito. Mas todo o charme e carisma dele não tinham efeito algum sobre ela. Pelo menos nada além de: ele é uma bela vista a se admirar; e ele é um velho e querido amigo.

- É muito bom ver você de novo, Dulce! - falou ele entusiasmado – Cada ano que passa está mais linda.

- Nossa, obrigada – respondeu ela um pouco sem graça – Você também não está nada mal – completou tentando descontrair.

- Também não precisa mentir – brincou ele.

Em seguida o ex-companheiro de elenco se voltou aos seus amigos e fez as devidas apresentações. Estavam com ele Jencarlo e Simon, dois músicos que tocavam em sua banda. Depois de atuar em vários filmes e séries, Diego tinha começado a se deixar a carreira musical há mais ou menos 2 anos. Obviamente Dulce não sabia de nada daquilo até começar a conversar com ele, depois que se sentaram a mesa com ela as amigas. Não sabia mais nada do pessoal que gravou Rebelde, tinha perdido contato com quase todos os atores. Fora os outros RBD's, só continuara falando com Zoraida, que era uma de suas melhores amigas, e Fuzz que já conhecia desde pequena. O papo rolou fácil entre os seis, já que todos eles ainda eram do meio artístico. Mas Dul não pode deixar de reparar que Diego falava mais com ela diretamente do que com os outros, lhe conferindo uma atenção especial. Ela não sabia, porém, se era só coisa da sua cabeça, ou se o interesse do garoto nela estava realmente tão nítido quanto parecia.

- Eu tenho acompanhado a sua carreira de longe. Bem, de todos vocês do RBD é claro. Mas devo admitir que virei seu fã de carteirinha depois de assistir sua performance na adaptação mexicana do musical “Rock Of Ages”.

- Não acredito que você foi me ver! - exclamou ela incrédula – Porque não me avisou, eu teria te recebido no camarim e tal...

- Eu estava só de passagem pela cidade naquela época, e quando soube do musical, tive que ir ver. Era uma das últimas sessões. Mas olha, valeu a pena ter ido, mesmo só como fã. Você estava demais! - falou Diego voltando a elogiar Dulce, o que a estava deixando encabulada.

- Ahhh para com isso! Aquilo não foi nada perto da sua atuação no filme “Rock of Ages” com todas aquelas estrelas de Hollywoody. - lembrou Dulce, fazendo agora ele ficar um pouco sem graça. Mas pela sua cara tinha gostado de ouvi-la dizer aquilo.

- Está bem, não vou dizer que o filme estava mal. Até porque realmente foi uma produção incrível que eu ainda nem acredito que fiz parte – admitiu Diego – Mas confesso que fiquei com uma pontinha de inveja de não ter feito o musical no teatro também. Especialmente se fosse com você. Adoraria ter sido o seu Drew.

Diego estava com o braço sobre o encosto de sua cadeira e a olhava nos olhos fixamente. Só agora Dulce percebia que seu rosto estava a uma distância nenhum pouco segura do dela. Imediatamente ela desconversou olhando para o outro lado e se afastou dele tentando não deixar tão evidente que o estava rejeitando. Por sorte Any decidiu ir embora 5 minutos depois. María não sabia se ela tinha percebido as investidas de Diego ou se simplesmente achava que não era mais hora para uma mulher casada estar na rua. De qualquer forma ela agradeceu mentalmente a amiga por tirá-la daquela enrascada. Ao chegar ao hotel, tudo o que Dul queria era subir para o seu quarto e tentar não lembrar que Ucker poderia ainda estar na balada com os meninos. Mas antes que ela pudesse fazer isso, teve que aturar a zoação das amigas.

- Você viu quem estava arrasando corações hoje, Any? - começou Maite.

- Eu vi sim, senhorita Perronita – respondeu Anahí – Era uma certa moça ruiva que conhecemos muito bem.

- Ei, vocês querem parar de falar como se eu não estivesse aqui?! - reclamou Dulce enquanto as três andavam até o elevador.

- Pois é, Any. E mesmo o cara sendo um tremendo gato, ela não deu a mínima pra ele. Dá pra acreditar? - continuou Maite provocando a ruiva – Eu ali, solteira e cheia de amor pra dar, e nem o Diego, nem nenhum de seus amigos me deu bola. Esse mundo é muito injusto mesmo!

- Ai Mai, você está impossível hoje né. Da próxima vez não vou te deixar passar do terceiro martíni – brincou Any. E as duas riram.

- Não sejam bobas, Diego não estava afim de mim. Ele só estava sendo gentil.

- Ahhh claro! - respondeu Maite com sarcasmo – Queria que ele tivesse sido gentil daquele jeito comigo também...

- Ai quer saber, vocês duas estão bêbadas, então nem vale a pena discutir.

- Calma Dul, é brincadeira – falou Anahí um pouco mais séria – Não leva pro pessoal não. Mas que o Diego estava de olho em você isso estava, não pode negar.

- Bem, pode ser. Mas eu não estava afim de ter nada com ele além de amizade...

- Ai porque não? - perguntou Mai fazendo uma voz de tristeza – Vocês ficariam tão lindinhos juntos. Não é Any?

- É verdade – concordou Anahí tentando segurar o riso. Ela sabia que naquele momento nem Diego nem nenhum outro cara que não fosse Christopher teria chance com a ruiva. Mesmo assim ela continuou com a ideia – Além do mais ele é um cara superlegal. Acho que você devia ter investido.

- Ai qual é, gente? Vocês sabem que acabei de terminar um noivado. Não quero começar a sair com ninguém agora. É sério.

- Tudo bem. Se você diz... - se deu por vencida Any, e Maite pareceu também não ter argumentos para confrontar aquilo.

No entanto, tudo não passava de uma mentira. Dulce tinha a clara certeza que Any sabia que ela queria sim sair com alguém naquele momento. E esse alguém era Christopher. E não queria apenas sair com ele. Queria ficar com ele pelo resto de sua vida. Imaginar que Anahí sabia tanto de sua vida deixou Dul irritada, mas não tinha muito o que pudesse fazer a respeito. Na verdade, se as coisas continuassem como estavam, logo ela não seria a única a saber. María queria ficar com ele logo e gritar aos quatro ventos o que sentia. Mas por hora ela tinha conseguido fazer as amigas pararem de insistir naquele assunto, o que já era alguma coisa. Deixaria as reflexões mais profundas para quando estivesse sozinha. Coisa que teria acontecido em poucos minutos, já que elas se encontravam na frente do elevador, mas acabou sendo adiada mais um pouco devido a chegada de um grupo muito bagunceiro e barulhento.

Ponto de vista do Ucker

Foi como um tsunami.

Ucker chegou ao hotel feliz, ainda cantando e brincando com os amigos. Eles entraram no saguão fazendo bastante barulho, sem se importar com o fato de já ser um pouco tarde. Christopher sentia-se tão leve que seria capaz de virar uma estrela ali mesmo, no meio da entrada do hotel, não fosse pelo fato de Christian ter assoviado como se quisesse chamar a atenção de alguém, tirando completamente a concentração do amigo - Hey chicas, segurem esse elevador! Eu também quero subir!

Foi aí que Christopher olhou para frente e perdeu o ar. Seus cabelos ruivos caíam pelas costas contrastando perfeitamente com a blusa branca, um pouco mais larguinha que deixava um de seus ombros e uma das alças do sutiã à mostra. Completavam o visual um saia preta justa e uma sandália de salto.

Apesar de ser uma roupa simples, do tipo que as garotas chamariam de básica, havia algo em Dulce que era capaz de transformar qualquer figurino em um look muito interessante. Talvez fosse a maquiagem forte nos olhos que a deixavam com um tom misterioso, ou os cabelos soltos de forma mais ousada. Ou simplesmente fosse todo o conjunto e a força que aquela mulher emanava... Ucker não tinha essa resposta e tampouco conseguia encontrá-la naquele momento, uma vez que estava completamente hipnotizado pela visão de Dulce parada em frente ao elevador, encarando-o com uma expressão confusa no olhar.

Somente aquele simples encontro já foi o suficiente para fazê-lo perder o ar, de tragá-lo novamente para a realidade onde um era a atraído automaticamente para o outro, independente da força que ele fizesse para evitar isso. Foi preciso um esforço muito grande, praticamente hercúleo, para que o cantor conseguisse se lembrar que estava magoado com a ruiva e que a nova meta de sua vida era esquecer completamente os sentimentos que nutria por ela.

- Por Dios, o que aconteceu com vocês? E que cheiro de lixo é esse? – Anahí perguntou. A essas alturas, as meninas já haviam esquecido o elevador e o equipamento subia para um andar qualquer, deixando o grupo com os funcionários da recepção, que faziam o possível para continuar a rotina de trabalho ignorando o fato de ter seis cantores famosos – sendo que três deles estavam vestidos de maneira bastante duvidosa – conversando no saguão como pessoas normais.

- Nós tivemos uma noite um tanto quanto... diferente – Poncho comentou com a voz irônica – Mas estou vendo que não foi só a gente que aproveitou a noitada. Podemos saber onde vocês foram lindas desse jeito?

- Meu caro Poncho fez uma observação muito boa! Vocês estão muito arrumadas e perfumadas! Qual era o alvo dessa vez? Quero saber o que vocês estão aprontando, garotas – Christian entrou no clima da brincadeira – A minha loira, não! Mas Dulce e Mai eu sei que estão soltas na pista. E duvido muito que alguém consiga resistir a tanto charme e beleza, não é garotos? – Ele completou a frase encarando Santos e Ucker, como se estivesse passando a deixa para que os dois comentassem o visual das garotas.

- Eu estou sem palavras – Santos fingiu estar passando mal – Acho que morri e cheguei ao paraíso.
Todos riram da piada sem graça do assessor, que fez uma reverência em agradecimento, aumentando ainda mais a graça da situação.

- E você, Uckerzito? Resistiria a essa bela dupla? – Christian voltou a provocar, completamente ciente do ponto fraco do colega de banda.

- É... a Mai está poderosíssima com esse vestido vermelho. Mas acho que não podemos esquecer de elogiar a Any, que mesmo casada e mãe de uma bela criança continua batendo um bolão – O cantor respondeu de forma um pouco tensa, nitidamente evitando falar de Dulce. A ruiva ficou olhando para ele como se esperasse que ele continuasse a frase e comentasse o seu look, mas o rapaz apenas ficou parado, mexendo nos cabelos, olhando em todas as direções, menos para ela.

- Ah Christopher, seu lindo, vem cá me dar um abraço – A loira disse de maneira um pouco mais alegre do que o convencional para tentar quebrar o clima tenso que ficara no ar – Mas, sabem chicos... – A cantora retomou o assunto, parando ao lado de Ucker e mexendo em seu braço de maneira despretensiosa, exatamente como uma criança faz quando está prestes a confessar alguma arte – A rainha da noite mesmo foi a Dul. Encontramos o Diego Boneta em um restaurante da cidade e ele não tirava os olhos da nossa ruiva – Anahí terminou a frase encarando Ucker nos olhos como quem diz: segura essa agora, bonitão.

Christopher reagiu instantaneamente à provocação. Seu corpo ficou ereto e ele passou a mexer nos cabelos com ainda mais força, como se estivesse tentando descontar ali o seu ciúme.

- Até que não estou tão mal assim... Ainda resta alguém que sabe me valorizar – A ruiva disse em tom ácido, aproveitando a deixa da amiga para provocar um pouco mais.

- Gente, fala sério, esse encontro aqui no corredor já está rendendo mais do que deveria. Quem topa mais uma rodada de drinques no restaurante do hotel? Aí os meninos podem explicar o que significa essas roupas e esse cheiro – Mai interferiu.

Todos toparam imediatamente a proposta, menos Ucker – Desculpa pessoal, mas acho que já bebi um pouco demais hoje.

- Ihh, se não aguenta bebe leite – Christian e Santos zoaram.

- Fica, Uckerzito! Preciso de alguém para aumentar a minha moral – Anahí pediu. De longe, ele percebeu que Dulce apenas observava a cena, sem dar nenhum sinal que desejava que ele ficasse.
- Foi mal, Any. Vai ficar para próxima! – Ele se despediu dos amigos e chamou o elevador, experimentando o gosto amargo da bebida misturado com mau humor e ciúme.

Assim que chegou ao seu quarto, ele se jogou de costas na cama, odiando-se por ser tão vulnerável. Era claro que o comentário de Anahí sobre Diego foi algo proposital para atingi-lo depois dele esnobar a ruiva na frente de todo mundo. Mas o que era para ser uma manobra de ataque, acabou se transformando em um belo gol de placa do adversário. Any e Dulce conseguiram deixá-lo com raiva e o pior: colocaram todos os seus esforços dos últimos dias na lata de lixo. Depois daquele encontro no hall estava muito claro que Christopher ainda não estava preparado para viver longe da ruiva. Por mais que tentasse, se esforçasse e ficasse longe, ela era, e sempre seria, a onda capaz de levá-lo para longe da praia e fazê-lo navegar por mares desconhecidos.

O jeito agora era dormir. A vida continuava e deveria existir uma maneira de sobreviver nadando contra a maré... ele só precisava descobrir como.

***

E a vida continuava mesmo. Novo dia, nova cidade, novo show, novo público, novas oportunidades.
O RBD se apresentava em outra cidade do México. Aquele seria um dos últimos shows no país, antes da banda partir para a Espanha, onde era muito aguardada.

Ucker cantava uma das músicas novas, que tinha um ritmo agitado e coreografia elaborada. Aquele, inclusive, era um dos poucos momentos no show no qual ele e Dulce ficavam perto um do outro, oficialmente – porque, extraoficialmente eles acabavam passando mais tempo juntos no palco do que separados.

A coreografia era simples. Ela vinha até ele e os dois dançavam juntos, um de frente para o outro, ela com as mãos no ombro dele, e ele com segurando-a pela cintura. Depois disso, ele pegava a mão da companheira e ela ia para o lado, afastando-se dele. Na sequência, ela voltava dando um giro e caindo direto nos braços de Ucker, que a deitava paralelamente ao chão, como em um daqueles passos sofisticados de tango.

Tudo ia bem até o momento do giro da ruiva. Ela executou o passou com precisão e graciosidade, porém, por algum motivo, Ucker se distraiu no momento de pegá-la, fazendo com que ela fosse parar no chão.

Foi tudo muito rápido. Em um instante ela estava ao lado de Christopher e, no segundo seguinte, tudo era uma confusão de fios ruivos, luzes e gritos da plateia.

- Dulce! – Ele gritou desesperado, ajoelhando-se ao seu lado.

- Está tudo bem, está tudo bem – Ela ofereceu um sorriso amarelo em resposta e tentou levantar-se. Mas bastou colocar o pé direito no chão para que ela se encolhesse de dor e soltasse um grito de insatisfação – Droga, acho que torci... – Sua expressão não era nada boa.

Ucker apressou-se em passar uma das mãos pelas costas da ruiva para lhe oferecer mais apoio – Você precisa ir para a enfermaria – Ele disse perto do seu ouvido para que ela pudesse escutar. Os outros integrantes seguiam o show, apesar de olharem a todo momento na direção dos dois para checar como estava a situação.

- Não, já disse que não foi nada! Já, já passa! – Ela se soltou dele, ameaçando voltar para o centro do palco mas, novamente, bastou encostar o pé no chão para soltar outro grito de dor, desse vez seguido por um palavrão.

- Dulce, já chega! Não vou deixar você se machucar. Já que eu causei isso, agora vou consertar – Com essas palavras, ele a pegou no colo e a carregou em direção aos bastidores, ignorando os olhares assustados de todos e os gritos de protestos de Maria.
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Notas finais: Vixi, deu ruim pra Dulce! E agora? Como ela vai fazer os shows? E o Ucker, gente? Como assim ele me deixa a menina cair? Será que teremos alguma explicação especial para isso ou nosso querido Chris só vacilou mesmo? Rs!

Aliás, é bom vocês irem se preparando, porque forninhos cairão no próximo capítulo!
Boatos que as autoras da história gostaram tanto do "cap dos caps" que resolveram fazer outro.
Hum... Vem coisa boa por aí! Preparem os corações: Vondy vai dominar a área!

Meninas, beijão e muito obrigada por ler!
Não esqueçam de deixar o nome nos comentários, combinado? Não seja um fantasma! Rs!

Beijos e fiquem com Deus!

Manu

Leiam o próximo capítulo: Acidentes acontecem...