sábado, 18 de outubro de 2014

Una Canción, Capítulo 19 – Entre amigos

Ponto de vista de Dulce

Duas semanas eram suficientes para deixar a poeira baixar, certo? Tinham que ser! E se não fossem, paciência. Dulce não aguentava mais esperar. Não aguentava mais fingir que aquela distância entre ela e Christopher era normal. Nem que ela estava se sentindo bem com aquilo. Estava na hora de colocar seu plano em ação. Não era nada elaborado, basicamente ela sabia que 1- queria se reaproximar de Chris e 2- usaria de todos os recursos possíveis para isso.

Dul nunca tinha feito nada parecido na vida. Correr atrás dos homens nunca foi algo que ela precisasse ou quisesse fazer. Talvez por ser uma mulher bonita e famosa, ou talvez por sua personalidade mais reservada. Ou quem sabe porque Dulce nunca havia se sentido tão desesperada por ficar com alguém, como ela estava naquele momento. E não era só uma questão física, apesar de também ser. Ela enfim sabia, tinha certeza que ele era tudo o que ela queria. E não podia, de jeito nenhum, deixá-lo escapar de novo. Tentaria uma abordagem sútil e amigável a princípio, mas, se fosse preciso, usaria de artifícios mais pesados para atrair o rapaz para seus braços.

Ucker agiu de forma fria e seca com ela durante todo aquele começo de turnê. Quando estavam com outras pessoas do grupo, da banda ou da produção, ele era descontraído e falava normalmente, mas quando os dois ficavam a sós, a coisa mudava. E até então, Dulce María não quis forçar a barra e deixou que ele ficasse distante. E esse gelo só conseguiu fazê-la desejar ainda mais estar com ele. Se sentia como uma criança cobiçando um brinquedo que não pode ter na vitrine de uma loja. O único momento em que isso mudava era durante os shows. Quando estavam no palco eles não eram mais Dulce e Christopher, eles eram Vondy. E ela não sabia dizer se ele estava apenas atuando ou se, assim como ela, estava desfrutando daquele clima de romance que criavam. Os olhares, os gestos, as carícias. Tudo parecendo sempre tão real que não se podia culpar os fãs por acreditarem que havia algo entre eles. A ruiva mesmo acreditaria se não soubesse de tudo que havia se passado entre eles.

Fora dos palcos, porém, Dulce sabia que não seria fácil fazer o clima de romance voltar a acontecer. Mas pelo menos tinha um ponto a seu favor nisso. A produção não estava mais implicando que eles não podiam ser vistos juntos. Com a notícia do fim do noivado se espalhando, não fazia mais sentido mesmo continuar com aquilo. Os assessores de Dulce não estavam mais pegando no seu pé, mas certamente estavam achando ótimo a distância entre ela e Chris. Sem escândalos, sem fofocas, sem “marketing negativo”. E tinha também o fato de Linda não estar presente. Assim seria mais fácil conseguir chegar perto do garoto. Anahí havia descoberto que a ausência da assessora era definitiva, ela não viajaria com eles durante toda a turnê. Dul até pediu para a amiga para tentar descobrir o motivo, mas não deu muito certo, Ucker não revelou nada. Mas elas desconfiavam que tinha algo a ver com o beijo que Dulce vira nos bastidores do primeiro show da Tour do Reencontro.

O grupo já havia passado por várias cidades do México e atualmente estava em Monterrey. Haviam tirado a manhã de folga, mas a tarde já tinham que se reunir novamente para uma sessão de fotos para uma revista e a noite haveria mais um show. A rotina estava pesada e cansativa, mas, tirando o “problema” com Christopher, Dul estava adorando participar daquilo. Era muito bom relembrar a época do RBD, estar com os companheiros de grupo, os músicos e tantas pessoas que foram tão importantes na sua trajetória artística. Sem falar que ver todo aquele público que, mesmo depois de tanto tempo, ainda gostava deles e sabiam todas as canções era mágico. Estava sendo realmente uma experiência incrível e única. E estando agora muito mais madura do que naquela época, Dul sabia que estava aproveitando a turnê ainda mais do que naquela época.

Passou a manhã em seu quarto descansando até que Iliana veio chamá-la para ir a sessão de fotos. María trocou de roupa mas não se arrumou muito, pois sabia que lá iriam maquiá-la e lhes dar o que vestir. Colocou os clássicos óculos de sol, para o caso de haver algum paparazzi a espreita na saída do hotel. Colocou também uma de suas toucas estilo rastafári e prendeu o cabelo em uma trança pois não estava no melhor estado, tinha lavado ele pela manhã, mas deixara secar sozinho, sem fazer escova nem nada disso. Pegou uma bolsa de mão pequena, só para levar seu celular, carteira e outras coisas básicas. Encontrou sua equipe de assessores e desceu com eles de elevador até o lobby. Achou graça ao ver que todos os companheiros de grupo estavam de óculos escuros como ela e alguns deles de touca ou boné também. Como sempre fazia, Dul se aproximou deles cumprimentando a todos e depois ficou perto de Anahí. Era evidente que ela era a pessoa mais próxima de Dulce na banda, ainda mais naquele momento. As duas trocaram algumas palavras enquanto o pessoal da produção não os chamava para entrar na van.

Menos de cinco minutos depois eles estavam a caminho estúdio de fotografia. A saída do hotel fora um pouco tumultuada. Além dos paparazzis e jornalistas, havia uma centena de fãs esperando para vê-los. Monterrey era uma das cidades com maior público do RBD no México. Dul tentou acenar para eles, mas provavelmente nem foi vista, pois havia uma barreira enorme de seguranças cercando o caminho deles. Chegaram ao estúdio da revista “People en Español” e logo na entrada havia uma equipe de umas trinta pessoas esperando por eles. Os conduziram para dentro, direto para os camarins. Quando Dulce se deu conta já havia uma pessoa fazendo seu cabelo e outra maquiando-a. Um staff muito ágil e eficiente, sem dúvidas. Em poucos minutos todos já estavam impecavelmente arrumados para as fotos. A ruiva tinha adorado o look retro que haviam escolhido para eles. Ficou reparando em suas roupas e nas de seus colegas de grupo também. Um em especial...

Christopher era aquele tipo de homem que, apesar de ter uma beleza comum, conseguia tirar o fôlego das mulheres em alguns momentos. Sua eterna cara de menino e seu corpo forte de homem eram a combinação perfeita. E com o cabelo arrumado e bem-vestido como estava, parecia uma obra de arte. Dulce quase não conseguiu tirar os olhos dele. E como havia decidido iniciar o plano de “reaproximação” naquele dia, não tentou disfarçar que o estava encarando. Chris percebeu e até ficou um pouco constrangido com os olhares da companheira de grupo. Outra que percebeu foi Anahí, que apenas tentou conter o riso e lançou alguns olhares de incentivo a amiga.

Logo o fotógrafo e seu assistente vieram chamá-los para começar o ensaio. Pablo era o nome dele, Dulce já o conhecia de outras sessões que fizera em carreira solo. Ele explicou que primeiro seriam tiradas as fotos em grupo, com os 6 juntos. Depois as fotos individuais e depois ele faria algumas em dupla ou em trio se achasse necessário. Dul fez um desejo interno de que ele soubesse do “poder” dos casais do RBD, Vondy e Ponny, e que propusesse que tirassem fotos juntos. Seria perfeito para ela ter um momento mais próximo e íntimo com Ucker e mostrar para ele quais eram suas intenções. Então Pablo começou a fazer as fotos, dizendo onde cada uma deveria ficar. Todos lado a lado, depois as meninas de pé e os garotos agachados na frente, depois todos sentados no chão. Foi a parte mais complicada e cansativa da sessão, já que a cada pose, todos tinham que se arrumar em seu lugar e ficar na posição perfeita para só depois serem feitos os cliques. As fotos individuais eram bem mais simples e a troca de poses e figurinos eram mais rápidas.

Dulce María estava acostumada com aquele tipo de trabalho, então nem precisava ser dirigida pelo fotógrafo, ia se movendo e sorrindo diante dos flashes. Sentiu um frio na barriga e uma satisfação enorme ao perceber que Christopher era um dos que havia parado para observá-la enquanto era fotografada. Na vez dele, é claro que Dulce fez o mesmo. Ficou assistindo e até deu algumas dicas já que claramente ele não se sentia tão à vontade quanto ela naquela situação. Christian, como sempre, foi responsável por grande parte da diversão e das risadas naquela tarde. Seu jeito irreverente e suas gracinhas seguiam presentes até mesmo durante as fotos. Maite, com sua eterna imagem de mulher fatal tirou de letra a sua sessão individual, assim como Anahí. Poncho fazia mais a linha de Christopher, tinha uma aparencia ótima e sorrisos perfeitos, mas as vezes não sabia como se comportar para as câmeras. De modo geral todos se saíram bem o Pablo ficou satisfeito com o resultado. Pelo menos até ali. Ele pediu uma breve pausa anunciando que voltaria para mais fotos em dez minutos.

- Fazia tempo que eu não tirava tantas fotos – se queixou Maite massageando as bochechas – Não aguento mais sorrir.

- Ahhh fala sério! - provocou Christian que era, entre todos da banda, o melhor amigo da morena – Se a rainha das telenovelas não está aguentando o tranco, então nós estamos todos ferrados.

- Não exagera Chris – retrucou Mai – Acho que todos estávamos um pouco enferrujados. Nossas carreiras solo podem até ter ido bem, mas nada se compara a essa rotina do RBD. Fora que nós não temos mais 20 e poucos anos.

- Ela tem razão – disse Poncho entrando na conversa. Os seis prestavam atenção a conversa pois estavam em um circulo – E sessões de foto nunca foram muito a minha praia...

- Nem a minha -  concordou Ucker sorrindo. E então Dulce, que estava ao seu lado, não conseguiu resistir e comentou:

- Eu achei que você foi muito bem – ela a olhou surpreso e ficou sem resposta. O que poderia ser uma coisa ruim, mas na verdade não era. Dul adoro a forma como ele ficou com a boca aberta olhando para ela sem dizer nada, um pouco confuso e sem graça.

- Terminou o descanso, vamos voltar as fotos. Listos, chavos? - falou Pablo surgindo do nada e pegando todos de surpresa. Dul ficou um pouco frustrada de ter que interromper seu momento “flerte” com Ucker e rio a ver Any revirando os olhos sem que o fotógrafo pudesse ver. Rolou uma troca de olhares divertida entre os seis antes de todos responderem juntos.

- Listos!!!

Primeiro Pablo pediu que para tirar algumas fotos apenas com as garotas e depois apenas com os garotos. O que fazia todo o sentido e era algo comum de fazerem em sessões com o grupo. Já tinham se passado mais de duas horas desde que eles tinham começado a fotografar e Dulce temia que estivesse chegando ao fim. E ela ainda não tinha tido nenhuma oportunidade de se aproximar mais de Christopher e jogar seu charme para ele. Foi então que o fotógrafo disse que ia tirar algumas imagens em dupla. A ruiva abriu um sorriso enorme e já começou a bolar mil ideias em sua cabeça. Ninguém pareceu notar, felizmente. Primeiro Pablo chamou Anahí e Poncho que mostraram que os anos não haviam diminuído a imensa química que eles tinham. Em seguida, como Dul já suspeitava, ele chegou ela e Ucker para posar juntos. Seu coração bateu forte de ansiedade, mas ele tentou controlar os nervos, porque precisava se concentrar em sua “missão”.

Logo de cara o fotógrafo pediu que Chris abraçasse Dulce por trás, passando os braços pela cintura dela. Ele o fez, tomando cuidado para manter certa distância do corpo da companheira de grupo. Mas Dul não achou aquilo suficiente e foi se aproximando dele conforme as fotos eram tiradas até ficar com as costas coladas ao peito dele. Era tão bom poder estar em seus braços novamente, ainda que fosse apenas uma pose para sair em uma revista. Além de estreitar o abraço ela exagerou nos gestos e nos toques que percorriam os braços dele mais do que necessário. Depois, sem que Pablo tivesse dito nada, María se virou de frente para Ucker, para mudar de pose, e enroscou seu pescoço com os braços. Fora um movimento ousado. Ela nem quis saber se os outros estavam olhando, porque se estivessem, com certeza notariam que ela estava bem “atirada”. Então a ruiva apenas continuou com as insinuações esperando que a pessoa mais interessada, no caso Christopher, notasse.

Dulce colou o rosto com o dele enquanto ainda o abraçava e pode sentir que sorria pela pressão que sua bochecha fazia na dela. Aquilo só podia ser um bom sinal. Pablo pareceu adorar aquela proximidade dos dois, pois não parava de bater uma foto atrás da outra. E agora que a ruiva tinha começado, iria até o fim com aquele “jogo”. Virou o rosto e deu um beijo no roto de Chris. Sentiu que ele se sobressaltou na hora, mas depois relaxou, voltando a posar para a câmera. Pode-se ouvir o fotógrafo dizendo: “Muito bem! Magnífico! Perfeito, perfeito!!”. Aos poucos Christopher ficando mais solto do que estava no começo da sessão. Começou a acompanhar os movimentos da parceira e a deixar que ela pintasse a bordasse com ela. E foi isso que Dul fez o tempo todo. Quando Pablo disse que havia terminado a ruiva ficou visivelmente desapontada, achando que tinha sido rápido demais. Depois, através de Any, descobriu que na verdade eles tinham ficado fotografando quase que o dobro do tempo que ela e Poncho tinham ficado.

Nesse momento a loira aproveitou para confirmar suas suspeitas de que Dulce estava se jogando deliberadamente pra cima de Ucker. Não houve problema algum em confessar a verdade a amiga naquele momento, afinal María estava em uma vibe tão destemida que não se importou. Enquanto era a vez de Maite e Christian posarem em dupla, os outros ficaram no backstage esperando para ver se o fotógrafo iria querer mais fotos, antes de voltarem ao camarim para trocar de roupa. Dul aproveitou para tentar se aproximar novamente de Christopher e tentar dar continuidade ao seu plano. Ela foi andando na direção dele, sem disfarçar. Ele a olhou e percebeu que estava indo em sua direção. Logo em seguida o moço chamou Poncho que estava ao seu lado e começou uma conversa super empolgada com ele. María parou a alguns passos dos dois e ficou pasma.

Então ele a estava evitando? Durante as fotos não havia par onde correr, mas agora nos bastidores ele tinha deixado claro que não queria papo com a ruiva, pelo menos não a sós. Dulce cruzou os braços aborrecida e voltou a andar até onde Ucker estava. Parou ao seu lado e ficou quieta, só prestando atenção na conversa deles, esperando alguma deixa para mandar Alfonso passear e poder falar com seu amado em paz. A deixa não surgiu, então Dulce percebeu que teria que se esforçar um pouco mais se quisesse realmente chamar a atenção de Christopher. E enquanto as últimas fotos da sessão eram tiradas, ela bolou outro plano infalível. Pablo os dispensou e os seis foram até o camarim. Devolveram as roupas que usaram nas fotos e as garotas tiraram a maquiagem e desfizeram seus penteados. Dul, já colocando seu novo plano em prática, enrolou mais do que o necessário para arrumar sua bolsa. E quando os outros começaram a deixar o camarim ela o chamou.

- Chris, você viu minha blusa por ai? - perguntou ela.

- Não, você não a esqueceu no estúdio? - disse ele tentando ser prestativo, apesar de soar distante.

- Não, eu a tirei aqui antes deles nos arrumarem, mas não estou encontrando... - ela usava todo seu talento de atriz para convencê-lo de que estava realmente preocupada com o sumiço da blusa. E afinal acertou que o espírito altruísta de Chris falaria mais alto. Ele acabou ficando pra trás com ela, para ajudá-la a encontrar a tal da blusa. A garota disse que era uma verde com detalhes brancos.

- Talvez você tenha esquecido na van... - disse ele depois de alguns minutos revirando os cabides que estavam pendurados em um suporte atrás dos espelhos.

- Não, tenho certeza que desci da van com ela – afirmou Dulce. Ela estava se empenhando tanto em sua afobação fingida que acabou derrubando sua bolsa no chão. Como ela estava aberta, acabou esparramando todo seu conteúdo no chão, aos pés de Ucker, inclusive a blusa verde.

- Era essa blusa que estava procurando? - perguntou ele confuso pegando a peça do chão.

- Ahhh é essa mesma! - exclamou a ruiva nervosa, sem saber o que dizer a princípio – Não acredito que não percebi que ela estava aqui o tempo todo!

- É... inacreditável – comentou Chris irônico ao lançar um olhar irritado para ela começar a andar para a porta.

- Chris espera... eu...

Ela tentou pegar suas coisas no chão o mais rápido que pode para correr atrás dele e alcançá-lo. Mas ele já havia deixado o camarim e Dulce ficou falando sozinha. Seu plano tinha ido por água abaixo. Em vez de se aproximar de Christopher ela tinha acabo de afastá-lo ainda mais. Se ele não percebeu durante a sessão de fotos, agora tinha ficado evidente que ela estava fazendo de tudo para chamar sua atenção. Ela ficou resmungando de frustração enquanto pegava suas coisas e deixava o prédio. Ao chegar na van, voltou a tomar seu lugar isolado ao fundo. Não queria interagir com ninguém no momento. Estava constrangida e não conseguiria nem olhar para Chris. E também precisava pensar. Como poderia conquistar aquele garoto de novo? Ele já fora louco por ela uma vez, não podia ser tão difícil! Antes mesmo de chegar ao hotel ela já havia chegado a conclusão de que precisaria dos serviços da detetive Any novamente.

Ponto de vista do Ucker

Ucker entrou na van, pescou seus fones de dentro da mochila e ligou um rock bem alto. A ideia era fazer com que a música falasse mais alto que os problemas, porém havia um “zumbido” chato que não permitia que ele simplesmente desligasse suas emoções e focasse nos solos de guitarra.

Desde o episódio da briga com a Dulce após o show de estreia da nova turnê, Christopher resolvera esquecer a ruiva, deixar de lado aquela história complicada e focar no que era mais interessante no momento: a volta do RBD.

Porém, não era tarefa fácil ignorar a ex. Ele já estava tão acostumado a acompanhar todos os seus passos, tão adaptado ao seu modo de falar e agir que várias vezes se pegava precipitando suas ações, como se pudesse ler seus pensamentos. Entretanto, o cantor estava decidido a romper aquele elo invisível que o mantinha preso a Maria. Antes de deixar a turnê, Linda lhe dera um conselho: parar de valorizar tanto a ruiva, e era nisso que ele pensava quando se pegava a sós com ela. Além disso, ele ainda estava magoado por conta da falta de confiança de Dulce na palavra dele e das acusações que ela fizera na última conversa que tiveram, quando Maria o chamou de mulherengo e duvidou dos sentimentos que o cantor nutria por ela.

Claro que ele não gostava do climão que tomava conta do ambiente todas as vezes que eles ficavam a sós, mas não havia outra maneira. O único jeito de não ficar babando o ovo de Dulce era se afastar em definitivo dela.

Contudo, mesmo com esse objetivo tão fortemente traçado na mente, Ucker não conseguia negar: ela o fascinava. Era como um ímã que o atraía para a beira do abismo. E isso ficara bem claro naquele dia, durante a sessão de fotos quando ela forçou a barra para criar uma situação de intimidade em frente às câmeras que não existia mais na vida real. No começo, ele foi forte o suficiente para se negar a participar do joguinho da ruiva. Mas depois... Bom, o resultado ficara registrado pelas lentes e seria publicado como uma espécie de lembrete do quanto ele era fraco.

E era justamente essa sensação de fragilidade que o irritava agora. Porque por mais que ele quisesse evitar a Dulce, colocar a ideia em prática também o machucava. Criava uma sensação de vazio dentro do peito, e deixava os dias com uma espécie de paisagem morta, como se faltassem cores para preenchê-la. Claro que isso era uma contradição e não fazia sentido algum, mas quando se tratava de Dulce, o quê fazia sentido?

Talvez o amor fosse mesmo uma contradição... Ou talvez fosse somente a sua mente lhe pregando peças e fazendo com que tivesse recaídas. Fosse qual fosse a resposta, ele não queria pagar para ver. Aumentou o volume da música para calar os pensamentos, mas logo foi obrigado a diminui-lo novamente.

O telefone estava tocando. Era Santos, seu novo assessor. O rapaz não lhe acompanhara na sessão de fotos por conta do serviço acumulado que tinha para resolver. Ele chegara a pouco tempo, e Ucker reconhecia que adaptar-se a uma turnê em andamento e a todas as novidades que envolviam o RBD não era assim uma tarefa tão fácil. Além do mais, ainda tinha algumas pendências que ficaram para trás com a saída repentina da Linda. O novo assessor estava correndo contra o tempo para se atualizar de tudo.

- Bueno – O cantor contestou sem ânimo.

- Christopher, tudo bem? E a sessão de fotos? – O assessor quis saber. Os dois ainda não se conheciam muito bem, o que tornava os diálogos um pouco engessados e bastante formais.

- Tranquilo, tranquilo... O mesmo de sempre – Ucker disse tentando soar o mais convivente possível. A cena com a Dulce no camarim ainda estava na sua cabeça, zunindo como um pernilongo o impedindo de adormecer.

- Para vocês isso já é rotina, né? – Ouviu-se uma risada fraca do outro lado da linha – Bom, é o seguinte: Estou ligando para avisar que você foi convidado para a inauguração de uma boate aqui da cidade hoje à noite. Mandaram convites VIP’s, e parece que os outros integrantes da banda já confirmaram presença.

- Ahhh, cara... Não estou muito afim disso não – Ele desconversou. Andava tão descontente com a vida particular que agora tudo limitava-se a ficar no hotel vendo filmes e ouvindo músicas antigas. Vida social? Apenas compromissos que a carreira lhe obrigava a participar, e esse não era o caso.

- Mas estão todos comentando que vai ser o máximo... – O assessor insistiu, tentando disfarçar sua empolgação sem nenhum sucesso.

- Olha Santos, se você quiser ir, está liberado. Hoje o show deve acabar cedo, não temos nada agendado após a apresentação. Vai curtir a noite, você anda muito estressado, cara! – Ucker disse querendo desesperadamente encerrar aquela conversa. Ele só queria voltar para o seu rock e ficar sozinho. Será que era pedir demais?

- Poxa, sério? Então eu vou! – Dava para sentir a alegria do rapaz mesmo de longe.

- Espero que aproveite! Escuta, já estou chegando ao hotel. Aí conversamos, pode ser?

- Claro! E não esquece, hoje tem show com atendimento à imprensa antes da apresentação. Mas passo o cronograma completo quando chegar aqui. Até mais! – Com essas palavras ele desligou, deixando Ucker novamente a sós com a sua música.

Ele aumentou o volume e se deixou levar pelo solo da guitarra. Em certos momentos era melhor distrair a mente para não ouvir os gritos do seu coração.

***

Mais um show, mais um sucesso. Era incrível como a volta do RBD estava sendo aceita em todas as cidades por onde passava. O calor do público, o carinho dos fãs... Tudo parecia um sonho. E ainda havia aquela estranha ligação entre ele e Dulce, que voltava a acontecer em todas as apresentações, mesmo que ele se esforçasse para ficar longe dela. Era inexplicável. Quando menos espera, PÁ! Lá estava ele olhando para ela, dançando ao seu lado, executando movimentos em uma perfeita sintonia. Qual era a explicação para aquela força que o atraía para ela mesmo contra a sua vontade?

Naquela noite ele voltou para o seu quarto de hotel, tomou um banho, se jogou na cama e preparou-se para mais uma noite de solidão em seu quarto.

Pegou o violão e tentou fazer um som, mas sentia-se inquieto. Pegou o notebook e começou a fuçar as redes sociais para se distrair. Fazia calor, e mesmo com o ar condicionado ligado, ele sentia-se sufocado.

Foi nesse momento que o interfone tocou. Sem muita empolgação, ele atendeu a chamada.

- Christopher? – Era Santos - Só para avisar que estou indo para a inauguração da boate que falei. Combinei com o pessoal da equipe, o Christian e o Poncho também vão... Qualquer emergência estarei no celular, ok?

- Hey, espera! – De repente Ucker sentiu uma vontade estranha dominá-lo. Um desejo de esquecer tudo, de permitir-se viver como se alguém tivesse apagado suas memórias e não houvesse mais dor nem solidão – Tem lugar para mais um?

***

- Eu não acredito! Christopher Alexander Luís Casillas Von Uckermann resolveu sair do seu mundo privativo e vai se misturar aos meros mortais?

Ucker acabara de chegar ao andar onde Poncho e Christian estavam hospedados. Ele resolvera de última hora aceitar o convite para a noitada, e nunca se arrumou tão rápido: apenas vestiu uma camisa e uma calça que sabia lhe deixavam bem, colocou um boné, passou perfume e pegou a carteira. O cantor sabia que se demorasse muito iria acabar desistindo. Assim que saiu do elevador, foi recebido pelo eterno e inabalável bom humor de Christian.

- Não enche, cara! – Ucker murmurou, tentando não dar moral ao companheiro.

- Nossa! Quanto veneno, Uckerzito! Está faltando Dulce na sua vida? – O rapaz provocou, fazendo Alfonso e Santos, que também estavam por ali, caírem na risada. Pelo jeito, o seu lance com a ruiva não fora assim tããão discreto.

- Relaxa, Christopher! O importante é que vamos voltar aos velhos tempos! – Alfonso tentou quebrar o clima.

- Sim! O Rei Ucker vai colocar o corpinho dele na “pixta”! É hoje que essa boate vai ficar pequena! – Christian voltou a fazer bagunça com a cara do amigo.

- E não seria como antigamente se você não ficasse fazendo piada da minha cara, não é? – O cantor retrucou tentando manter um jeito marrento, mas no fundo adorando que os amigos o estivessem recebendo tão bem. Ele realmente andara meio afastado, completamente mergulhado no romance proibido que mantinha com a ex.

- É como eu sempre digo: Há coisas que nunca mudam! – Christian deu de ombros, brincalhão.

- Pessoal, adoro ver esse clima de confraternização entre vocês, mas precisamos ir. Não quero chegar quando o lugar estiver muito cheio, senão vamos acabar causando tumulto – Santos interferiu.

- Christopher, preciso falar uma coisa: Eu gostava muito mais da sua outra assessora. Ela era maluquinha, mas não ficava dando ordens para gente – Christian brincou, antes de dar uma piscadela amigável para o outro rapaz.

- Sem contar que era uma gata! – Alfonso palpitou – Ela não volta mais, cara?

- Não, por enquanto não... – Ucker tentou desconversar.

- Ahhh, pois eu gosto muito mais desse garotão aqui! Por mim, Lindinha pode continuar de férias! – Christian disse, dando mais uma piscada para Santos. Ucker pensou que o rapaz ficaria sem graça, mas ele devolveu a brincadeira em tom descontraído.

- Parem de melação vocês dois! Eu quero mesmo é saber das gatinhas da boate. E aí, vamos ou não vamos? Se demorarmos muito o Christopher vai acabar desistindo! – Alfonso falou fazendo careta para os amigos.

Não demorou muito para que todos estivessem acomodados em uma van, providenciada por Santos, a caminho da casa noturna. O clima no carro não poderia ser melhor. Como o pessoal costumava dizer na internet, a zueira não tinha limites. Não demorou para que Ucker entrasse na onda dos amigos e também começasse a brincar.

A boate tinha uma proposta bem moderna e despojada. Logo na entrada havia um espaço mais tranquilo, com um bar e alguns pubs para o pessoal fazer o famoso “esquenta”. Depois de passar por um curto corredor, os convidados davam de cara com a pista de dança e as luzes em neon agitando o local. O espaço fechado para convidados tomava uma das laterais da pista, e também era decorada com pufes, mesas altas e redondas com bancos também de tamanhos maiores e um bar exclusivo com barmans servindo o público com os mais diversos tipos de drinques.

A música estava boa, a companhia agradável e o melhor de tudo: a festa era open bar. Logo, não demorou para que os amigos, assim como o próprio Christopher, ficassem ainda mais animados e “soltinhos”.

Santos foi uma tremenda surpresa. O rapaz que era tão sério durante o trabalho, mostrou-se simpático, extrovertido e extremamente divertido durante a noite. Ele e Christian eram os que mais estavam curtindo a música.

Claro que não tardou para as meninas que estavam na pista reconhecerem os integrantes da banda e pedirem selfies junto com os cantores. A divisão entre os dois espaços era feita somente por barras de metais posicionadas horizontalmente, o que facilitava o acesso das garotas à área VIP. Bastava uma esticada de braço para garantir a foto.

No começo, tudo foi muito divertido. Os meninos do RBD interagiram com as fãs, dançaram, cantaram e brincaram. Todas estavam se comportando muito bem, sem histeria ou empurra-empurra. Porém, conforme a noite foi rolando e a notícia de que os integrantes da banda estavam curtindo a noite em uma boate se espalhou. Logo a casa noturna começou a encher de gente.

Mais seguranças foram chamados para garantir a ordem no local, mas não adiantou. Os convidados da área VIP começaram a reclamar da bagunça que o espaço havia se transformado. Por outro lado, Ucker e seus amigos não conseguiam sair do lugar onde estavam, porque a todo momento alguém os puxava para fotos e abraços.

A boate virou um tumulto e Ucker soube que tudo tinha dado errado quando sentiu os seguranças levantando ele do chão, colocando-o nas costas e carregando para o interior do bar. Quando Christopher se deu conta, ele estava em uma espécie de dispensa mal iluminada e repleta de garrafas de bebidas – cheias e vazias.

- Ahhh, está aqui a resposta. Eu sabia que tinha algo naquele whisky – Poncho apontou para um recipiente suspeito em uma prateleira próxima, logo depois de ter sido arremessado por outro segurança para dentro do quartinho.

Christian e Santos tiveram o mesmo tratamento “simpático” por conta da equipe da casa. Antes de deixá-los sozinhos, um deles virou-se e disse: o gerente já vem falar com vocês.

- Isso porque éramos convidados especiais... – Chirstian reclamou massageando um dos braços.

- A culpa é deles! Deveriam prever esse tipo de incidente – Santos voltou a assumir a postura séria e profissional – Mas fiquem calmos. Na pior das hipóteses ligo para um dos assessores do Pedro. Com o tanto de contatos que aquele homem tem, ele tira a gente daqui rapidinho...

- Acho que nesse momento o problema não é quem vai nos ajudar a sair, e sim como vamos fazer isso. Estamos literalmente sem saída. O único jeito de deixar a boate é encarando a pista de dança. O que, no momento, não me parece uma boa ideia – Ucker ponderou.

- Nossa, se vocês chegarem perto daquela pista mais uma vez é capaz de saírem de lá sem roupa. Nunca vi fãs tão focadas em agarrar e beijar alguém – O assessor disse em tom de brincadeira.

- Acho que é a volta do RBD. Isso mexe um pouco com o pessoal. Faz tempo que não somos vistos juntos em público juntos. Quanto mais confraternizando em uma balada... – Christian disse o seu ponto de vista.

- Bom, já que estamos aqui... Que tal mais uma rodada? – Ucker sugeriu escolhendo uma das garrafas de whisky da prateleira, tirando a tampa em seguida.

Era para ser apenas uma brincadeira, mas os amigos já estavam mais alegres do que deveriam, e por isso, muito suscetíveis a aceitar propostas malucas – Opa, demorou! – Poncho e Christian concordaram na mesma hora.

- Vão com calma aí, rapazes! Vocês já estão um pouquinho altos – Santos, o único que ainda estava sóbrio, aconselhou.

- Eu sugiro uma rodada de verdade ou desafio! – Christian disse pegando uma garrafa vazia que estava jogada em um canto e a colocou no centro da roda que haviam formado, mesmo sem perceber.

- Ai meu Deus, isso não vai certo... – O assessor bateu com a mão na testa.

- Beleza, bora lá... Vamos ver quem vai começar – Poncho se agachou para girar a garrafa. Após algumas voltas, o bico parou apontando para Ucker, enquanto o fundo estava direcionado para Christian.

- Opaaa... Agora vamos ver se o Uckerzinho é homem de verdade – Christian se empolgou com a possibilidade de desafiar o amigo – O que você escolhe, meu caro?

- Eu não tenho medo de você, cara. Pode mandar um desafio caprichado – Christopher respondeu de modo prepotente.

- Eu desafio você dançar a Macarena, sem camisa, e com direito a rebolada sexy no meio da coreografia – O rapaz ordenou – Porque você sabe, né Uckerzinho? Todos piram no seu rebolado. – Ele completou em tom zombeteiro.

O cantor aceitou o desafio de pronto. Rapidamente ele ficou de pé - pelo menos o mais rápido que conseguiu por causa da embriaguez - tirou a camisa de modo provocante e começou a fazer a coreografia de uma das danças mais famosas do mundo.

- Baila tu cuerpo con alegria Macarena... – Os outros rapazes ajudavam no coro batendo palmas e se divertindo muito. Ucker rebolava empolgado antes de dar um pulo, mudar de lado e repetir toda a coreografia novamente. Não demorou para que os parceiros de grupo se juntassem à bagunça, também tirando as camisas e caprichando na dança.

- Uhuuummm... – De repente alguém apareceu na porta – O que está acontecendo aqui?

O trio parou de pronto e encarou o responsável pela pergunta: um senhor baixinho, com cabelos e barbas grisalhas, bigode espesso e vestido em um terno com um belo corte.

- Está acontecendo a Macarena, ué! Nunca viu? – Ucker respondeu fazendo com que todos fossem obrigados a segurar o riso. O cantor não sabia o que estava acontecendo, mas naquela noite ele estava bem saidinho.

- Hum... Não ligue para eles, por favor. Estão apenas se divertindo. Com um pouco mais de empolgação que o normal, é verdade, mas quem pode julgá-los, não é mesmo? Todo mundo já dançou a Macarena uma vez na vida. – Santos interferiu na conversa – Mas e o senhor? Quem é?

- Sou o chefe da segurança. Fui encarregado de garantir que vocês deixem a boate de maneira discreta para evitar problemas – O cara do bigode respondeu.

- Peraí, deixar a boate? Isso quer dizer que estão nos expulsando? – Poncho fingiu estar ofendido.

- Nunca fui tão ofendido na minha vida! – Christian entrou no clima da farsa.

- O mínimo que eu espero é que, pelo menos, liberem uma garrafa de whisky antes de nos colarem no olho da rua – Foi a vez de Christopher falar.

- Olha rapazes, infelizmente vocês não podem permanecer na casa. Temos muitos fãs lá fora e seria perigoso para o bem-estar de todos.

- Poxa, mas justo agora que a coisa estava começando a ficar boa? – Christian lamentou.

- Certo, mas como vai fazer para que eles consigam sair em segurança? – Santos quis saber.

- Sugiro que vistam esses uniformes – Só aí eles perceberam que o senhor segurava um saco preto em uma das mãos.

- Uniformes? – Santos pegou o saco e o abriu. Lá de dentro saíram roupas usadas pelo pessoal da faxina. Eram jalecos, calças, botas e bonés, tudo em um tom de cinza chumbo desbotado e com manchas de material de limpeza.

- Peraí, moço! A gente tem dinheiro para pagar a conta! Não precisa fazer a gente lavar prato ou cuidar do banheiro – Ucker soltou mais uma pérola enquanto sentia o mundo rodar ao seu redor. A embriaguez fazia com que ele acreditasse que era engraçado.

- O plano é vocês fingirem que estão levando o lixo do bar para fora. Temos uma passagem mais reservada até a saída dos fundos. Com sorte, ninguém vai reconhecê-los – O segurança opinou.

- É um bom plano. Melhor do que chamar a atenção dos fãs... Vamos lá, chicos. Joguem as roupas de vocês no saco e vistam os uniformes. Enquanto vocês fazem a saída estratégica, vou pagar a conta e pedir para o motorista encontrá-los na saída dos fundos – Santos deu as ordens assumindo o papel de líder da missão – Por Díos, chega de Macarena por hoje, hein?

Dez minutos depois, os integrantes da banda já estavam disfarçados e segurando grandes sacos de lixo cheios de copos e garrafas de bebida. Com certeza, quem estava do lado de fora não entendeu nada quando viu três rapazes vestidos de faxineiros entrarem correndo em um carro carregando sacos de lixo e cantando Macarena sem parar.

- Esse é o tipo de história que vamos contar para os nossos netos. O dia que chegamos como os reis da balada e saímos como lixo, literalmente – Poncho brincou.

Do seu lugar da van, Ucker gargalhava. Fazia tanto tempo que não se sentia tão vivo daquela maneira. O envolvimento com a Dulce lhe trouxe muitos momentos bons, mas também trouxe muita tristeza. Era bom se sentir capaz de sorrir novamente, se sentir livre. Mesmo que fosse para fazer coisas idiotas...

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Notas finais: Mas gente, me diz como que pode acontecer tanta coisa num capítulo só? KKKK. Eu sei, isso é resultado das duas mentes muito criativas e frenéticas que escrevem essa fanfic! :P

Mas vamos analisar a evolução que vemos nesse capítulo. Como eu já havia dito, é uma FASE COMPLETAMENTE NOVA. Bem diferente de tudo que já vimos por aqui. Dulce se jogando literalmente para cima do nosso Ucker, enquanto o moço tenta de todas as formas evitá-la. Será que ele consegue por muito mais tempo? Sei não... E essa noitada dos garotos? Rendeu boas risadas né? Mas o que María vai pensar quando souber?

Respostas para essas e outras perguntas vocês conferem nos capítulos seguintes, amores!

Muito obrigada por lerem, e até a próxima!!

beijos, Sarah ;)

*** Leia o próximo capítulo: A vingança é um prato que se come frio